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Em dois dias, novo campo recebe mais de 2 mil sul-sudaneses no Uganda

Em dois dias, novo campo recebe mais de 2 mil sul-sudaneses no Uganda

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Mais de 116 mil cidadãos pediram refúgio em território ugandês este ano; recém-chegados falam de intensos combates, sequestros ou estupros no seu país de origem; Sudão do Sul tem a maior crise de refugiados de África.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

Em dois dias após a abertura, um novo acampamento de refugiados no norte do Uganda recebeu mais de 2 mil sul-sudaneses.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, revelou esta  quinta-feira que o fluxo de cidadãos do Sudão do Sul “mostra poucos sinais de diminuir”. Em 2017, o Uganda acolheu mais de 116 mil cidadãos do país vizinho.

Ameaças

Os recém-chegados contam que no seu país sofrem com os intensos combates e de atos como sequestros, estupros, medo de grupos armados e ameaças à vida agravadas pela grave falta de alimentos.

A abertura do acampamento de Imvepi foi financiada pelo Acnur e parceiros para acolher 110 mil pessoas no distrito de Arua.

A decisão foi tomada na sequência da lotação do assentamento de Palorinya com capacidade de acolher 135 mil refugiados. O local foi inaugurado há dois meses no distrito vizinho de Moyo.

O Uganda continua a acolher cidadãos do Sudão do Sul, na que é considerada a maior crise de refugiados de África e a terceira do mundo por receber “pouca atenção e pelos níveis crónicos de subfinanciamento” a seguir à Síria e ao Afeganistão.

Saúde e educação

Após chegarem ao Uganda, os sul-sudaneses recebem uma parcela de terreno para construir as suas casas e produzir alimentos. No país, os refugiados têm acesso gratuito a serviços públicos como cuidados de saúde e educação.

Na ação humanitária as comunidades de acolhimento recebem cerca de 30% dos recursos de auxílio devido à pressão dada aos serviços locais e à generosidade das comunidades ugandesas.

O apoio consiste em reforçar a infraestrutura para ajudar os refugiados e  beneficiar os ugandeses após o retorno dos refugiados com a possível melhora das condições de segurança.

O Uganda acolhe cerca de metade do 1,5 milhão de refugiados sul-sudaneses que fugiram para países vizinhos.

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Sul-sudaneses têm acesso gratuito a serviços públicos como cuidados de saúde e educação no Uganda.  Foto: Acnur/L.Beck