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“E se fossem seus filhos?”, pergunta diretor do Unicef sobre crianças sírias

“E se fossem seus filhos?”, pergunta diretor do Unicef sobre crianças sírias

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Representante regional da agência da ONU para Oriente Médio e Norte da África, Geert Cappelaere, emitiu comunicado onde faz apelo aos que estão participando de negociações em Genebra para que coloquem crianças em primeiro lugar.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, para o Oriente Médio e o Norte da África, Geert Cappelaere, emitiu um comunicado onde faz um apelo aos que estão participando de negociações sobre a Síria em Genebra para que coloquem as crianças em primeiro lugar.

Na mensagem, Cappelaere lembrou a “imagem dolorosa de um menino gritando por seu pai apenas minutos depois de perder suas pernas em um aparente ataque em Idlib na semana passada. Para o diretor do Unicef, este é mais uma “brutal lembrança” que crianças continuam sendo atacadas no conflito.

Crianças

Nesta semana, ações continuam em Genebra para reunir todas as partes da guerra na Síria em uma tentativa de levar à paz. O Unicef pede “liderança corajosa pelos direitos das crianças”.

Em sua mensagem, Cappelaere fez um apelo a cada um dos participantes para que respondam esta questão: “e se esses fossem seus filhos”?

Ele ressaltou que desde o início deste ano, pelo menos 20 crianças teriam morrido em ataques e muitas outras teriam ficado feridas, incluindo uma bebê de um dia, ferida quando sua casa foi bombardeada na zona rural de Damasco.

Além disso, quase 2 milhões de menores permanecem sem acesso à assistência humanitária que tanto precisam.

Indicação sombria

Para o diretor regional do Unicef, os números são uma “indicação sombria” de que a suspensão de combates anunciada em dezembro ainda não resultou em ganhos reais na proteção e assistência humanitária para todas as crianças na Síria.

Ele alertou que neste ano, até o momento apenas três missões de agências humanitárias chegaram a crianças que precisam em áreas sitiadas e de difícil acesso.

Cappelaere declarou que o “custo imensurável de vidas e sofrimento” deveria “envergonhar” o mundo de tal modo que tome medidas imediatas para encontrar uma solução política para a guerra”.

Retorno à infância

O diretor regional do Unicef afirmou ainda que os envolvidos no conflito devem fornecer acesso “imediato, incondicional e contínuo” a todas as crianças que precisam no país e defendeu que os “certos precisam terminar”.

Ele “alertou que a retirada de suprimentos vitais de combios é inaceitável, assim como o uso de água como arma de guerra”.

Cappelaere afirmou ainda que “as mais de 10 milhões de crianças sírias sofrendo diretamente e diariamente as consequências deste conflito brutal querem apenas uma coisa: paz e ter de volta sua infância”.

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Crianças sírias perto de um abrigo para pessoas deslocadas. Foto: Unicef/UN013175/Al-Issa (arquivo)