Perspectiva Global Reportagens Humanas

Condenação internacional de ataques na República Centro-Africana

Condenação internacional de ataques na República Centro-Africana

Baixar

Instituições ressaltaram que “todos os ataques à população civil e equipas humanitárias e da ONU podem ser sujeitos a processo judicial”; organizações reiteraram importância da Iniciativa Africana para Paz e Reconciliação, que tem apoio de Angola.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas, a Comunidade Económica dos Estados da África Central, Ceeac, a União Africana, a Organização da Francofonia e a União Europeia emitiram uma nota conjunta neste domingo a condenar atos de violência por grupos armados na República Centro-Africana.

De acordo com o comunicado, atos de violência cometidos pelos grupos Front populaire pour la Renaissance de Centrafrique e seus aliados, assim como pelo Mouvement pour l'Unité et la Paix en Centrafrique (nomes em francês) vitimizaram muitos civis e causaram deslocamento significativo da população.

“Ação robusta”

As organizações exigiram que os grupos interrompam os combates imediatamente e ressaltaram que “todos os ataques contra a população civil e equipas humanitárias e da ONU podem ser sujeitos a processo judicial” de acordo com a legislação do país e a lei internacional.

A nota também expressa grande apreço pela “ação robusta” realizada pela Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, para proteger civis e ajudar a pôr um fim na violência em áreas ameaçadas pelas milícias.

As instituições encorajaram a Minusca a continuar suas ações e destacaram que apenas o diálogo, em conformidade com a ordem democrática, permitirá que os atores centro-africanos encontrem respostas apropriadas e sustentáveis a suas questões.

Angola

Neste sentido, as organizações reiteraram a importância da Iniciativa Africana para Paz e Reconciliação, liderada pela União Africana, a Ceeac, e a Conferéncia Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.

A ação tem o apoio de Angola, República do Congo e Chade.

No comunicado conjunto, as organizações expressaram seu compromisso de trabalharem juntas pelo sucesso desta iniciativa, em apoio às medidas do presidente Faustin-Archange Touadéra voltadas à promoção de reconciliação e governança inclusiva em conformidade com as conclusões do Fórum de Bangui.

Sanções internacionais

Estas ressaltaram que os grupos armados que se envolverem em novos atos violentos correm o risco de se excluirem da Iniciativa Africana e se exporem a novas sanções internacionais.

Combates entre a coalizão rebelde Séléka, de maioria muçulmana, e milícias anti-Balaka, de maioria cristã, levaram o país ao conflito civil em 2013.

Apesar de avanços e a realização bem sucedida de eleições, a República Centro-Africana em situação de instabilidade.

Notícias Relacionadas:

República Centro-Africana tem "ambiente humanitário mais perigoso"

Primeiro-ministro de Portugal visita tropas na República Centro-Africana

Hospital na República Centro-Africana sofre nova invasão armada

 

Photo Credit
Deslocados internos na cidade de Bambari, República Centro-Africana. Foto: ONU/Catianne Tijerina