Agências da ONU se preparam para operações militares no oeste de Mossul
Entre 750 mil e 800 mil civis vivem na área; Unicef e PMA alertam para falta de comida e água potável; coordenadora humanitária da ONU no Iraque afirma que “nada é mais importante” que a proteção dos civis.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
Agências da ONU no Iraque estão se preparando para o impacto humanitário relacionado ao início de operações militares para retomar o oeste da cidade de Mossul.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, no país, o abastecimento de comida e combustível está diminuindo, mercados fecharam, água corrente é escassa e a eletricidade em muitos locais é intermitente ou foi cortada.
Combustível e água
Segundo estimativas, entre 750 mil e 800 mil civis vivem no oeste da cidade de Mossul.
No entanto, pouco ou nenhum suprimento comercial chegou ao local nos últimos três meses desde que a principal estrada em direção à Síria foi cortada.
Os preços dos combustíveis, como querosene e gás de cozinha, tiveram grande alta e muitas famílias estão queimando madeira, móveis, plástico ou lixo para cozinhar e para aquecimento.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o Programa Mundial de Alimento, PMA, alertaram para escassez grave de comida e água potável.
Cenários
A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, afirmou que não se sabe o que ocorrerá durante a campanha militar, mas que é preciso “estar pronto para todos os cenários”.
Ela afirmou que dezenas de milhares de pessoas podem fugir ou serem forçadas a deixar a cidade. Grande alertou ainda que centenas de milhares de civis podem ficar presos por semana ou meses.
Emergência
Locais de emergência estão sendo construídos no sul da cidade e estoques de suprimentos vitais pré-posicionados para os cerca de 250 mil a 400 mil civis que podem fugir.
Grande destacou ainda que em uma situação como esta “não há nada mais importante” do que a proteção de civis.
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