Agências da ONU pedem ao mundo ação imediata para salvar vidas na Somália
Seca intensa atinge o país; Unicef e PMA alertam para necessidade de uma grande ação humanitária para evitar nova catástrofe; metade da população enfrenta insegurança alimentar.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
A Somália está a ser atingida por uma forte seca e duas agências da ONU alertam: somente a assistência humanitária imediata e em larga escala poderá evitar que o país enfrente uma nova catástrofe.
A preocupação vem do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e do Programa Mundial de Alimentação, PMA. A seca que atingia somente o norte da Somália já se espalhou por todo o país e ameaça a população já frágil devido a décadas de conflito.
Desnutrição
Quase metade dos habitantes, ou 6,2 milhões de somalis, enfrentam insegurança alimentar severa ou necessitam de apoio para sobreviver. O Unicef e o PMA calculam que 944 mil crianças ficarão desnutridas este ano, sendo 185 mil de forma severa e a correr risco de morte.
Mas é bem possível que o total de crianças severamente desnutridas possa subir 50% nos próximos meses, para atingir 270 mil menores. Os representantes do Unicef e do PMA visitaram esta semana as áreas mais afetadas na região de Puntlândia, onde as duas agências entregam mantimentos essenciais.
Cólera
O representante do Unicef na Somália, Steven Lauwerier, declarou existir “uma pequena janela de oportunidade para evitar uma catástrofe e salvar a vida das crianças somalis”.
Com a seca, muitos vilarejos viram as suas plantações e o seu gado morrerem. Os preços dos alimentos dispararam e milhares de pessoas vão buscar água e comida em outras áreas. Os casos de cólera ultrapassam de 4 mil.
Unicef, PMA e parceiros correm para fornecer ajuda que pode salvar vidas na Somália, como apoio nutricional, entrega de assistência por aviões e transferência de dinheiro para as famílias. Mas ainda são necessários US$ 450 milhões para fornecer ajuda de emergência nos próximos meses.
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