Intensificação dos confrontos na Ucrânia ameaça civis
Alerta foi dado pelo representante da ONU no país, Neal Walker; foram mais de 30 mil violações do acordo de cessar-fogo num período de apenas 10 dias.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
O representante da ONU na Ucrânia, Neal Walker, alertou que a intensificação dos confrontos entre forças do governo e rebeldes pró-Rússia está ameaçando a população civil.
Walker afirmou que a situação na região leste do país “é muito séria” e que entre 21 de janeiro e 3 de fevereiro as lutas aumentaram de forma significativa, principalmente nas cidades de Donetsk, Avdiivka, Yasynuvata e Makiivka.
Violações
Segundo o coordenador da ONU, entre 29 de janeiro e 3 de fevereiro, seis dias apenas, foram registradas mais de 30 mil violações do acordo de cessar-fogo firmado entre as duas partes. Esse é o total geralmente registrado no período de um mês.
O conflito no leste da Ucrânia começou depois de a Rússia ter anexado a Crimeia, na península sul ucraniana, em março de 2014. Um cessar-fogo foi negociado em Minsk, em Belarus, em fevereiro do ano seguinte, mas desde então ocorreram várias violações.
A última trégua entre os dois lados teve início em 23 de dezembro de 2016, pouco mais de um mês.
Walker citou a redução da distância física no terreno que separa as forças dos dois lados, tropas do governo e separatistas armados. Segundo ele, houve um aumento também da presença de artilharia pesada na região, uma violação direta do Acordo de Minsk.
Situação humanitária
Sobre a situação humanitária, o coordenador da ONU declarou que ela é crítica e citou que nas últimas semanas a temperatura na região está girando entre 10 e 20 graus abaixo de zero.
Walker alertou ainda sobre o dano ambiental a infraestruturas civis por causa dos ataques e bombardeios. Ele mencionou a usina de química de fenol que pode ser responsável por um desastre ambiental severo se os ataques continuarem e os danos aumentarem.
O coordenador da ONU calcula que existam entre 800 mil e 1 milhão de minas terrestres ou explosivos nas áreas controladas pelo governo ucraniano.
Desde o início do conflito em abril de 2014, aproximadamente 10 mil pessoas morreram por causa da violência, sendo que os civis são os mais atingidos.
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