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Ocha: mais de 128 milhões precisam de ajuda humanitária no mundo

Ocha: mais de 128 milhões precisam de ajuda humanitária no mundo

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Alerta foi feito pelo coordenador de Assuntos Humanitários da ONU; Stephen O'Brien afirmou que necessidades estão aumentando; agência da ONU fala sobre o que chamou de "12 crises esquecidas".

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, afirmou que mais de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária para sobreviver em 33 países.

O chefe do Ocha, Stephen O'Brien, disse que a necessidade humanitária está aumentando no mundo, levada por conflitos que não têm fim e efeitos de desastres naturais que permanecem por vários anos.

Crises esquecidas

Segundo O'Brien, "com esse nível alarmante de necessidades, mais do que nunca, os líderes mundiais devem aumentar o apoio às pessoas mais vulneráveis. O chefe do Ocha falou sobre as chamadas "12 crises esquecidas".

Ele citou a guerra no Afeganistão que forçou a fuga de mais de 1 milhão de pessoas de suas casas, principalmente no norte e sul do

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Crianças brincando em local para deslocados em Damatura, no nordeste da Nigéria. Foto: Ocha/Otto Bakano
país, onde os extremistas Talibãs controlam várias regiões.

Na Coreia do Norte, O'Brien afirmou que 60% da população vive numa situação de insegurança alimentar; isso corresponde a 15 milhões dos quase 25 milhões de habitantes.

Na República Centro-Africana, o representante da ONU diz que a crise política deixou mais da metade da população necessitando de ajuda.

Conflitos armados

Na República Democrática do Congo, os conflitos armados e a insegurança criaram uma das mais complexas crises humanitárias do mundo, com mais de 7,3 milhões de pessoas afetadas.

Na região do Lago Chade, a violência e o terror espalhados pelo grupo terrorista Boko Haram atingem quatro países: Camarões, Chade, Níger e Nigéria, afetando 30 milhões de pessoas, sendo que 11 milhões precisam de assistência urgente.

O'Brien cita ainda as crises na Líbia, no Mali, em Madagáscar e na região do Sahel. Somália, Uganda e Iêmen completam a lista.

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Deslocados internos forçados a deixarem suas casas pelo Boko Haram e pela degradação ambiental, agora morando no Chad. Foto: Ocha/Ivo Brandau
No Iêmen, por exemplo, o chefe humanitário disse que uma criança com menos de cinco anos morre a cada 10 minutos no país, de causas evitáveis.

O'Brien afirmou que nenhum dos 37 países incluídos no apelo humanitário de 2016 recebeu 100% do dinheiro pedido para cobrir suas necessidades. Em média, cada um ficou com menos de 40% do que precisava.

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Mulher prepara comida em campo para deslocados internos em Mellia, a 20 quilômetros de Bol, capital da região dos Lagos do Chad. Foto: Ocha/Ivo Brandau