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Unesco: mulheres são minoria nas áreas de engenharia e ciências da computação

Unesco: mulheres são minoria nas áreas de engenharia e ciências da computação

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Apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres; situação é melhor na América Latina, onde a agência da ONU destaca que a paridade está próxima de ser alcançada; em Moçambique, três entre 10 engenheiros são mulheres.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Unesco lançou um relatório esta quinta-feira alertando que as mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores do mundo. Elas também são minoria nas áreas de engenharia e de ciências da computação.

Os dados globais mostram que existem muitas variações em cada região do mundo. Por exemplo, nas Filipinas e na Tailândia, 52% dos pesquisadores são mulheres, enquanto no Japão, elas representam apenas 15% no país, conhecido por sua alta sofisticação tecnológica.

América Latina 

A situação da América Latina é um pouco melhor: a Unesco explica que a região está prestes a alcançar a paridade entre homens e mulheres nas ciências, já que elas representam 44% dos pesquisadores.

A estudante brasileira Maria Eduarda Rossi está cursando o último ano da faculdade de engenharia de produção. De São Bernardo do Campo, ela contou à ONU News suas expectativas em relação à carreira e como é ser mulher em um mercado dominado por homens.

Fraca representação 

“Antes de eu entrar na faculdade, eu sentia um preconceito maior do que eu vejo hoje. Dentro da minha sala de aula é muito equilibrado tanto de meninas quanto de homens que fazem este curso. Mas dentro da multinacional onde eu faço estágio, na gerência tem muito mais gerentes (engenheiros) homens do que gerentes mulheres. Muito pouca mulher que é uma gerente sênior do que os homens.”

Segundo a agência da ONU, as mulheres são bem pouco representadas no setor de engenharia. Israel tem apenas 14% de mulheres engenheiras e no Japão o índice é ainda menor, de apenas 5%.

A situação na América Latina também preocupa a Unesco devido à fraca participação feminina no campo das ciências da computação: o número de graduadas caiu até 13% nos últimos 17 anos.

África 

Por outro lado, a Unesco informa que o total de graduadas na área de ciências agrícolas está aumentando desde 2000. Na África Subsaariana, por exemplo, oito países tem 40% ou mais de mulheres no setor, incluindo Moçambique, África do Sul e Serra Leoa.

Moçambique também ganha destaque no relatório por ter 34% engenheiras mulheres, assim como Tunísia, com 41% e Brunei Darussalam, com 42%.

O relatório é lançado às vésperas do Dia Internacional das Mulheres e das Meninas nas Ciências, celebrado em 11 de fevereiro, próximo sábado.

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O número de graduadas no campo das ciências da computação, na América Latina, caiu até 13% nos últimos 17 anos. Foto: Banco Mundial/Tom Perry