Missão da ONU na Somália engajada com o fim do uso de crianças-soldado
Com o Exército Nacional, Amisom cria medidas para prevenir o recrutamento de menores no conflito armado; mandato de representante da ONU para proteção de crianças em guerra completa 20 anos.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
A Missão da União Africana na Somália, Amisom, e o Exército Nacional Somali estão a pôr em prática medidas para prevenir o recrutamento e o uso de crianças-soldado no conflito armado.
Segundo a Amisom, os casos de recrutamento de menores estão a aumentar e já são um desafio para a segurança no país no Corno de África. Decorre uma formação de 10 dias com integrantes do Governo Federal e oficiais da Missão da ONU, para que tenham todas as habilidades para resgatar crianças-soldado no país.
Crime
A capacitação acontece na mesma altura em que as Nações Unidas comemoram os 20 anos da criação do mandato de representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado. Atualmente, a especialista Leila Zerrogui ocupa o cargo.
Vários acordos internacionais criminalizam o recrutamento e o uso de crianças no conflito armado em todo o mundo. De acordo com um relatório do Conselho de Segurança sobre crianças e o conflito na Somália, publicado em janeiro, um total de 5.933 meninos e 230 raparigas foram recrutados nos últimos seis anos no país.
Terrorismo
As estatísticas mostram uma certa melhora entre 2012 e 2014, mas houve um grande aumento em 2016, quando quase 1,1 mil crianças foram utilizadas como crianças-soldado.
Cerca de 70% dos menores foram recrutados pela milícia terrorista Al-Shabaab. Algumas crianças tem menos de nove anos de idade e são obrigadas a usar armamentos pesados e explosivos.
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