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Número de vítimas no conflito no Afeganistão bate recorde em 2016

Número de vítimas no conflito no Afeganistão bate recorde em 2016

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ONU pediu a todas as partes envolvidas na guerra no país que adotem medidas urgentes para evitar não somente mortes, mas também mutilação das pessoas; Unama registrou 11.418 civis mortos e feridos pelo conflito no Afeganistão no ano passado.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

A Missão da ONU no Afeganistão divulgou relatório esta segunda-feira mostrando que o número de vítimas da guerra no país bateu recorde em 2016.

Segundo a Unama, 3.498 civis foram mortos e 7.920 ficaram feridos por causa do conflito no Afeganistão no ano passado, totalizando 11.418 vítimas.

Crianças

O resultado representa um aumento de 4% em relação a 2015. Além disso, o número de mortes de crianças atingiu 923 em 2016, o mais alto desde que a Missão da ONU começou a coletar esses dados em 2009.

O representante especial do secretário-geral para o Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, afirmou que “as mortes e mutilações de milhares de civis podem ser evitadas”.

Segundo ele, “todas as partes do conflito devem adotar medidas imediatas para proteger o cidadão comum, cujas vidas foram destruídas”.

O relatório diz que as forças anti-governo, principalmente o grupo Talibã, são responsáveis por quase dois-terços das vítimas e as forças pró-governo são responsáveis pelo restante.

Isil/Daesh

O grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, chamado de Daesh, também organizou ataques no país, especificamente contra comunidades de muçulmanos xiitas.

O alto comissário de Direitos Humanos, Zied Al Hussein, disse que o número de vítimas mostra um quadro onde os mais vulneráveis da sociedade estão pagando o preço mais alto.

Zeid afirmou que “as crianças estão sendo mortas e mutiladas enquanto brincam com explosivos que não foram detonados mas foram deixados nas ruas pelos lados em conflito”.

A Unama afirmou que os combates em terra são responsáveis por 38% dos mortos e feridos no país, seguido por explosivos não detonados e ataques suicidas realizados por terroristas.

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Photo Credit
Foto: Unama/Fardin Waezi