Missão de paz protesta contra detenção de jornalista da ONU no Sudão do Sul
Profissional de rádio foi abordado por forças de segurança quando estava de serviço; ele foi encarcerado num quartel em Juba; Unmiss quer investigação e responsabilização dos autores pelas autoridades sul-sudanesas.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Unmiss, anunciou esta quinta-feira que protestou junto do governo do país africano contra a detenção de um jornalista da Rádio Miraya. A estação é apoiada pela ONU.
Na terça-feira, o também funcionário da operação de paz foi encarcerado durante cinco horas por soldados do Exército de Libertação do Povo do Sudão, Spla, quando fazia a cobertura de uma matéria no mausoléu de John Garang.
Incidente
O porta-voz da Unmiss, Daniel Dickinson, contou que decorrem contactos em torno do incidente com o Ministério de Relações Exteriores do Sudão do Sul. O pedido às autoridades é que investiguem o ato e responsabilizem os autores.
Quartel
Falando em Juba, Dickinson revelou que vários membros do Spla prenderam o jornalista e o forçaram a deitar-se na parte traseira de uma carrinha de caixa aberta. Um soldado sentou-se nas costas do detido quando este era levado a um quartel da cidade onde foi encarcerado, interrogado e depois libertado sem acusação.
Mais detidos
A missão de paz disse ter reclamado pelos maus tratos, perseguição e detenção do seu funcionário, que “não foi o primeiro a passar pelo problema”.
De acordo com o porta-voz, o dia 22 de agosto de 2016 marcou dois anos após a prisão de um outro profissional da rádio, Jorge Lívio. Ele destacou que outros dois continuam presos e que muitas vezes não são autorizadas visitas da missão, dos seus familiares ou advogados.
De acordo com a Unmiss, o acordo sobre a permanência da força de paz no país prevê que as autoridades sul-sudanesas garantam a segurança e a liberdade de movimento aos funcionários da missão, em especial quando estão de serviço.
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