Centro-africanos retornam gradualmente à casa com redução das tensões
Cerca de 20 mil deslocados já regressaram para as suas áreas de origem desde novembro em Bangui; pelo menos 475 mil centro-africanos vivem nos países vizinhos desde 2013.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
Milhares de deslocados internos retornaram à casa com o abrandamento das tensões na República Centro-Africana, segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados.
A agência anunciou uma redução de 20 mil pessoas do recorde de mais de 434 mil desalojados registados em novembro na capital, Bangui.
Programas
O Acnur promete apoiar o regresso de milhares de deslocados centro-africanos para as suas áreas de origem nos próximos dias, como parte de programas que incluem o governo.
Os retornados incluem antigos moradores do acampamento anexo ao Aeroporto Internacional M'Poko na maior cidade centro-africana. Eles viviam em “condições inapropriadas e expostas ao perigo” por estarem próximas do movimento aéreo.
O fluxo de deslocados centro-africanos começou em março de 2013 com o derrube do então presidente François Bozize pelos ex-rebeldes Séléka. A situação provocou uma resposta das milícias anti-Balaka que piorou em dezembro.
Situação frágil
Desde então, a violência desalojou cerca de 1 milhão de pessoas e várias áreas da cidade foram saqueadas e abandonadas.
Cerca de 475 mil centro-africanos fugiram para países vizinhos além das pessoas que preferiram seguir para áreas mais seguras do território centro-africano.
O Acnur destaca que a situação continua frágil, um ano após as eleições democráticas ganhas pelo presidente Faustin-Archange Touadéra.
Mais de 150 mil pessoas foram deslocadas na segunda metade do ano passado em áreas urbanas como Bria, Alindao e Bambari a Ippy e Bakala.
*Apresentação: Denise Costa.
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