Segundo o Unicef, as crianças que vivem em Deir Ez Zor estão sob intensos ataques desde a semana passada; ajuda humanitária foi cortada na cidade; preço dos alimentos chegam a ser 10 vezes mais caros do que em Damasco.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

As crianças que estão vivendo na cidade cercada de Deir Ez Zor, na Síria, estão sob intensos ataques desde a última semana. O alerta foi feito esta segunda-feira pelo diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Segundo Geert Cappelaere, a escalada da violência ameaça a vida de 93 mil civis, incluindo 40 mil crianças que estão sem receber assistência humanitária regularmente há mais de dois anos.

Água e comida

O representante do Unicef explica que bombardeios continuam matando civis, enquanto outros se vêem obrigados a ficar em casa. O preço dos alimentos na cidade síria disparou e chega a valer de cinco a 10 vezes mais do que na capital, Damasco.

Outro problema é a constante falta de água, que força as famílias a buscar água não tratada no rio Eufrates. Com isso, as crianças correm o risco de contrair doenças como diarreia, sendo que o risco é maior porque os menores já estão sem receber nutrição adequada.

Apelo

O Unicef pede aos lados em conflito na Síria para acabarem com todos os cercos no país e permitirem acesso incondicional a todas as crianças de Deir Ez Zor e de todas as 15 áreas sitiadas na Síria.

A agência da ONU lembra que nada justifica usar o cerco e impor sofrimento aos menores de idade, especialmente porque as crianças sírias “já pagaram o preço mais alto por uma guerra que não é de sua responsabilidade”.

Escolas

Também nesta segunda-feira, o Unicef lançou um documentário sobre a vida das crianças sírias em idade escolar que estão vivendo no Líbano. As imagens mostram os desafios que os menores refugiados enfrentam para ter acesso à educação.

Metade das crianças sírias vivendo no Líbano, ou 187 mil, estão fora da escola. O país abriga o maior número de refugiados per capita do mundo.

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