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Em greve de fome, prisioneiros do Irã correm risco de morrer

Em greve de fome, prisioneiros do Irã correm risco de morrer

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Alerta é de relatora de direitos humanos da ONU; segundo Asma Jahangir, pelo menos oito presos contestam a legalidade da detenção; entre eles estão defensores dos direitos humanos.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A relatora especial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos no Irã lançou um alerta esta segunda-feira sobre as condições de saúde de vários prisioneiros que estão em greve de fome no país.

Segundo Asma Jahangir, oito prisioneiros correm risco de morte devido à greve de fome. Alguns deles são defendores de direitos humanos e estão contestando a legalidade de sua detenção.

Cuidados Médicos

Um dos presos, Arash Sadeghi, estava em greve de fome desde outubro e encerrou o protesto após sua esposa ter sido libertada da cadeia após pagar fiança. A relatora da ONU explica que o casal foi preso por exercer “de forma pacífica, seu direito à liberdade de expressão e de associação”.

Apesar de sua crítica condição de saúde, Sadeghi continua na cela e foi proibido de ser transferido para um centro médico. A especialista das Nações Unidas pede às autoridades iranianas para garantir que o prisioneiro possa ser tratado em um hospital, de acordo com os padrões de direitos humanos.

Protesto Pacífico

Um outro detido, Ali Shariati, está em greve de fome há mais de dois meses e também em condição crítica de saúde. Ele foi condenado a cinco anos de prisão por participar de um protesto pacífico que condenava ataques com ácido contra mulheres iranianas.

Asma Jahangir está muito preocupada com as detenções de defensores de direitos humanos no Irã, que segundo ela, “recebem sentenças pesadas após julgamentos marcados por várias violações”.

Na avaliação da relatora, esses presos se encontram sem nenhuma opção, a não ser colocarem suas vidas em risco para contestar a legalidade de sua detenção. Jahangir faz um apelo ao governo do Irã, para libertar imediatamente todos os presos que foram detidos de forma arbitrária ou condenados por exercer seus direitos à liberdade de opinião e expressão.

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Photo Credit
Pelo menos oito detidos em greve de fome. Foto: ONU/Martine Perret