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Enviado teme que refugiados somalis sejam completamente esquecidos

Enviado teme que refugiados somalis sejam completamente esquecidos

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Emissário do Acnur visitou mais de 1 milhão de somalis em seis países; Mohamed Abdi Affey alerta que ainda não há condições para retorno dos refugiados.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

O enviado especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, para a situação dos somalis visitou acampamentos em nações vizinhas.

Mohamed Abdi Affey disse a jornalistas esta quinta-feira, em Genebra, que deve haver um diálogo regional para encontrar uma solução durável para mais de 1 milhão de somalis abrigados na região.

Emergência

Para o representante, a crise de refugiados somalis foi esquecida como um caso de emergência. Ele destacou que a comunidade internacional e o mundo estão sobrecarregados com as situações da Síria, do Afeganistão e do Sudão do Sul.

Affey lembrou que há uma população que “vem saindo da Somália nos últimos 25 anos, desde o colapso do governo e que precisa de atenção”. Além de ter estado em território somali, ele defendeu a continuação do apoio aos refugiados junto aos governos do Quénia, do Iémen, do Uganda, do Djibuti e da Etiópia.

Auxílio

O representante apelou ainda para que não seja reduzido o espaço para refugiar somalis e explicou porque estes ainda necessitam do tipo de auxílio.

Para o emissário, as condições ainda não estão completamente estabelecidas para permitir o retorno de somalis ao seu país, daí o pedido para o redobrar de esforços internacionais para estabilizar e reconstruir o país.

De acordo com o Acnur, pelo menos 1,1 milhão de somalis vivem como deslocados em seu próprio território.

Financiamento

Affey falou de “uma crise nutricional séria e muito grave” em acampamentos de refugiados e alertou que se o apoio agora reduzido não aumentar a situação pode complicar-se.

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, deixou de entregar comida de forma regular em vários locais de acolhimento na região por falta de financiamento.

O representante alertou para o risco de a situação nutricional ficar completamente esquecida e pediu que esta seja revertida o mais breve possível.

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Família deslocada na Somália. Foto: OIM/Celeste Hibbert