Oeste do Afeganistão registra 600 casos de violência à mulher em 2016
Crimes foram cometidos nas cidades de Herat, Ghor, Badghis e Farah; entre eles: agressões, casamentos forçados, estupros e assassinatos; campanha da ONU lançada em novembro tenta reverter situação com programas de rádio, mesas redondas e reuniões.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Unama, informou que 600 casos de violência a mulheres foram registrados no oeste do país somente no ano passado.
Em novembro, a Unama lançou uma campanha de combate a esse tipo de crime registrado principalmente nas cidades de Herat, Ghor, Badghis e Farah.
Atenção
Segundo a Unama, a iniciativa tem como objetivo chamar a atenção sobre o problema e seu impacto no desenvolvimento socioeconômico nas comunidades.
A campanha colheu informações da população local através de mesas redonda, debates em programas de rádio e reuniões públicas.
Os departamentos de Assuntos para Mulheres informou que no oeste do país foram registrados mais de 600 casos de agressões, casamentos forçados, estupro, assassinatos e violência psicológica à mulheres no ano passado.
A campanha reuniu vários religiosos para discutir o assunto sob a perspectiva do Islã. Num dos encontros, na província de Herat, 13 religiosos disseram “que a violência à mulher é inconsistente com os valores islâmicos”.
Igualdade
Um dos participantes disse que “o Islã aceita a igualdade entre homens e mulheres na educação e em outros aspectos da vida das pessoas”. Em algumas partes do Afeganistão, meninas que frequentam a escola ainda são alvos de violência por almejarem o direito à educação.
A violência a mulheres aumentou no país depois de três décadas de guerra, onde houve impunidade em relação aos autores dos crimes.
O mandato da Unama é apoiar o governo e o povo afegãos como uma missão política que fornece “seus bons serviços”, que são etapas diplomáticas com foco na independência, imparcialidade e integridade.
A Missão da ONU promove também o desenvolvimento coerente com apoio da comunidade internacional; ajuda no processo de paz e reconciliação; monitora e promove os direitos humanos e a proteção de civis em conflitos armados.
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