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Um milhão de pessoas perdem acesso à saúde após fecho de centros no Sudão

Um milhão de pessoas perdem acesso à saúde após fecho de centros no Sudão

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Falta de fundos coloca mais 760 mil cidadãos no país em risco de perder assistência hospitalar; OMS prevê quedas na vacinação, nos cuidados de saúde e um aumento de epidemias.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

Um milhão de pessoas foram afetadas pela falta de fundos para o setor da saúde no Sudão em 2016. A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que a situação levou ao encerramento de 11 unidades de saúde e que outras 49 estão em risco.

A falta de financiamento é considerada “grosseira” nos últimos três anos porque doadores concentram-se nas emergências no Iraque, na Síria e no Iémen. No país foi conseguido 42% do montante pedido para o setor de saúde no ano passado.

Cuidados

A agência da ONU chama a atenção internacional para as mais de 320 mil mulheres em idade fértil e crianças com menos de cinco anos que “não terão acesso a cuidados de saúde”.

O outro fator preocupante é o “grande fluxo de refugiados” para o país africano, que faz prever que mais 769 mil pessoas sejam afetadas ou estejam em risco de ficar sem centros de saúde.

Com essa situação irá aumentar o risco de epidemias devido ao acesso limitado aos serviços de atenção primária pelos deslocados internos e pelas comunidades de acolhimento.

Surtos

O alerta da OMS é para a possível queda nos serviços de imunização e nos cuidados de saúde para mães e crianças, além do aumento do risco de surtos e das taxas de morbidade e mortalidade.

Para a representante da agência no Sudão, apesar do empenho do Ministério da Saúde à procura de soluções para a continuação dos serviços, “todos reconhecem que é preciso mais fundos para continuar a apoiar centros de saúde de áreas remotas.”

Naeema Al-Gasseer lembrou que esses locais oferecem serviços aos beneficiários durante momentos de transição, “quando muitas delas têm de percorrer longas distâncias para receber assistência”.

*Apresentação: Denise Costa.

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O alerta da OMS é para a possível queda nos serviços de imunização e nos cuidados de saúde para mães e crianças, além do aumento do risco de surtos e das taxas de morbidade e mortalidade. Foto: Banco Mundial/Salahaldeen Nadir