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Aumentam ataques na República Centro-Africana

Aumentam ataques na República Centro-Africana

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Mais de 300 incidentes ocorreram este ano envolvendo agências humanitárias; vários municípios registam aumento de crises; mais de 70 mil pessoas foram deslocadas nos últimos três meses.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

O Escritório da ONU de Assuntos Humanitários, Ocha, registou 336 ataques contra equipas do setor este ano na República Centro-Africana. Destes, mais da metade foram saques e assaltos, revelou o chefe da representação no país.

A entidade expressou “profunda preocupação” com o aumento de ataques contra agências que trabalham na área durante os últimos três meses.

Municípios

Cinco trabalhadores humanitários perderam a vida em serviço em ataques que coincidem com o aumento de crises humanitárias em vários municípios onde o número de deslocados internos “cresce de forma alarmante”.

Em Bambari ocorreram três assaltos à mão armada entre sexta e terça-feira passadas. As organizações humanitárias dizem não ter outra opção senão reduzir a sua presença e a intensidade das suas atividades em áreas não seguras.

Riscos

O chefe do Ocha no país, Joseph Inganji lembrou que a “a finalidade da ação no país é salvar vidas”. O representante revelou haver diversos riscos a serem enfrentados pelos funcionários para atender aos mais vulneráveis e necessitados.

Os focos de violência registados no último trimestre obrigaram a mais de 70 mil pessoas a deixarem as suas casas.

O Ocha defende que o auxílio não pode chegar às pessoas escondidas nas matas devido à insegurança e que “o maior impacto da redução do espaço humanitário é sentido pelos necessitados”.

O escritório prevê que 1,6 milhão de centro-africanos venham a precisar de assistência humanitária.

O apelo aos que promovem a insegurança e aos responsáveis pela violência contra agências humanitárias é que “coloquem o interesse dos centro-africanos acima de tudo, especialmente dos mais frágeis”.

*Apresentação: Denise Costa.

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Photo Credit
Integrante da Minusca na República Centro-Africana. Foto: ONU/Catianne Tijerina