Um quarto dos sul-sudaneses abandonou as suas casas devido ao conflito
OIM preocupada porque agências não podem distribuir assistência humanitária há cinco meses; situação foi provocada por restrições burocráticas e bloqueios em postos de controlo.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
Um quarto da população do Sudão do Sul abandonou as suas casas durante a crise que entrou este mês para o seu quarto ano.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, alerta que o espaço humanitário continua a diminuir. Mais de 1,87 milhão de pessoas procuraram abrigo em várias áreas do país e 1,1 milhão estão nas nações vizinhas.
Restrições
Pelo menos 414 mil sul-sudaneses deixaram o Sudão do Sul com o aumento da violência em julho passado.
As Nações Unidas estimam ainda que, somente em novembro, ocorreram mais de 90 incidentes de restrição de acesso. Em mais de 70% destes verificaram-se atos de violência contra trabalhadores ou bens de auxílio humanitário.
A OIM procura ter contacto com vítimas de áreas como a cidade de Wau, onde agências humanitárias não podem distribuir assistência de forma consistente desde julho. O motivo são restrições burocráticas e bloqueios em postos de controlo.
Busca de abrigo
Outras áreas onde as populações carenciadas não têm ajuda incluem os estados de Equatória Central e Bahr el Ghazal Ocidental, a nordeste.
A ONU revelou ter havido um aumento de quase um quinto de deslocados em busca de proteção em Bentiu e noutras áreas no estado de Unidade. O local de proteção de civis acolhe 120 mil deslocados e continuam a chegar mais pessoas.
Em todo o país, equipas da OIM distribuem materiais de abrigo e prestam serviços de saúde básica.
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