Ban: implementação lenta de acordo não trouxe paz que líbios merecem
Comunicado do secretário-geral marcou o primeiro aniversário da assinatura do Acordo Político Líbio; Ban cita medida como “marco fundamental na transição democrática do país”.
Laura Gelbert, da ONU News em Nova York.
Um comunicado emitido pelo porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, marcou o primeiro aniversário do Acordo Político Líbio, assinado há um ano em Skhirat, no Marrocos.
Na nota, Ban menciona o acordo como “marco fundamental na transição democrática do país”. O secretário-geral saudou todos os líbios que se envolveram no processo, no espírito de reconciliação, inclusão e direitos humanos.
Longa estrada
O comunicado cita que o caminho para a paz é longo e exige trabalho duro e compromisso.
Segundo a nota, muito foi alcançado no último ano: o Conselho Presidencial foi formado e está em operação em Trípoli; a produção de petróleo aumentou; e avanços significativos foram feitos contra o terrorismo no país.
O secretário-geral alerta, no entanto, que o “ritmo lento de implementação do Acordo não trouxe a estabilidade e segurança que o povo líbio precisa e merece”.
Missão da ONU
Ban reiterou que as Nações Unidas continuarão a acompanhar o processo e apoiar a população do país.
O chefe da ONU saudou os esforços de seu representante especial para a Líbia, Martin Kobler, e da equipe da Missão de Apoio da ONU no país, Unsmil.
O secretário-gera também expressou apreço à União Africana, à União Europeia, à Liga de Estados Árabes e Estados-membros pelo apoio ao processo político líbio.
Acordo Político
O comunicado deste sábado vem após o informe feito por Kobler ao Conselho de Segurança em 6 de dezembro. Na ocasião, o chefe da Unsmil citou que a implementação do Acordo Político está lenta e que suas instituições continuam a funcionar abaixo das expectativas.
O Acordo se baseia em quatro princípios-chave: garantir os direitos democráticos para a população líbia, a necessidade de um governo de consenso baseado no princípio de separação de poderes e vigilância e equilíbrio entre eles.
Além disso, a necessidade de empoderar instituições estatais como o Governo de Acordo Nacional para que este possa abordar os graves desafios e respeitar o Judiciário do país e sua independência.
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