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Ban afirma que “Alepo é agora sinônimo de inferno”

Ban afirma que “Alepo é agora sinônimo de inferno”

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Secretário-geral disse que “a carnificina na Síria continua sendo um buraco enorme na consciência global”; Ban Ki-moon fez um balanço geral de seus 10 anos no comando da ONU; António Guterres assume a chefia das Nações Unidas em 1º de janeiro de 2017.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova York.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou esta sexta-feira que a cidade de Alepo, na Síria, virou agora sinônimo de “inferno”.

Ban fez um balanço de seus 10 anos no comando da ONU em sua última entrevista coletiva no cargo. António Guterres assume a chefia das Nações Unidas a partir de 1º de janeiro de 2017. O secretário-geral citou três pontos importantes em seu discurso de abertura.

Carnificina

Em primeiro lugar, Ban Ki-moon disse que “a carnificina na Síria continua sendo um buraco enorme na consciência global”. Repetindo o que já havia dito essa semana ao Conselho de Segurança, ele declarou que o “mundo falhou coletivamente” em ajudar os sírios.

Para Ban, a “paz só vai prevalecer quando estiver acompanhada de compaixão, justiça e um mecanismo de prestação de contas para os crimes abomináveis vistos no país”.

Em segundo, o chefe da ONU afirmou que está acompanhando de perto a piora da situação no Sudão do Sul. Ele lembrou que o conflito no país completou três anos esta semana.

Confiança

Ban disse que “os líderes do país traíram a confiança do povo e desperdiçaram um acordo de paz”. Além disso, dezenas de milhares de pessoas foram mortas.

O secretário-geral afirmou que seu conselheiro especial já alertou para o risco de genocídio na Síria. Ban declarou que a ONU continua pressionando para realizar entrega de suprimentos humanitários e pediu ao Conselho de Segurança que adote “ações combinadas, incluindo medidas de punição”.

Sobre o terceiro ponto, Ban deixou claro que a organização “vai continuar apoiando o momento global pelo Acordo de Paris sobre mudança climática”.

Acordo de Paris

O chefe da ONU declarou que “a ação climática significa empregos, crescimento, ar limpo e melhor saúde” para todos. Segundo ele, os líderes do mundo inteiro, em todos os setores, compreendem isso, indo desde os presidentes das 500 maiores empresas a governadores e prefeitos.

Ban afirmou que “o Acordo de Paris representa uma conquista preciosa que todos devem apoiar e nutrir”. O secretário-geral disse que o acordo “não tem volta”.

Ele declarou que “essa tem sido uma década de testes incessantes”, mas ao mesmo tempo ele viu a ação coletiva mudar a vida de milhões de pessoas para melhor.

Apesar das dificuldades, Ban afirmou que a cooperação internacional continua sendo o caminho para um mundo mais próspero e pacífico.

Photo Credit
Ban Ki-moon falou a jornalistas nesta sexta-feira. Foto: ONU/Eskinder Debebe