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Zeid diz que “terror e assassinatos têm que acabar em Alepo”

Zeid diz que “terror e assassinatos têm que acabar em Alepo”

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Alto comissário de Direitos Humanos afirmou ter recebido relatos de civis assassinados por bombardeios ou execuções sumárias por forças pró-governo da Síria; dezenas de corpos estão espalhados pelas ruas no leste da cidade.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O alto comissário da ONU de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que “o terror e os assassinatos têm de acabar em Alepo,” na Síria. Zeid alertou que a ONU recebeu vários relatos de civis assassinados por bombardeios ou execuções sumárias por forças pró-governo sírio.

Em Genebra, o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Rupert Colville, disse esta terça-feira que vários corpos foram encontrados nas ruas no leste de Alepo, área controlada anteriormente por grupos de oposição ao regime.

Mulheres e crianças

Segundo Colville, pelo menos 82 civis, incluindo mulheres e crianças, foram assassinados por tropas pró-governo.

Falando a jornalistas, Colville disse que “os civis estão pagando um preço brutal (pelo conflito)”. Ele citou ainda a preocupação com as pessoas que ainda estão nas áreas controladas pela oposição, em Alepo.

O porta-voz disse que enquanto algumas dessas pessoas conseguiram fugir da região nesta segunda-feira, outras foram assassinadas no local, segundo os relatos obtidos pelo Escritório de Direitos Humanos.

O alto comissário Zeid Al Hussein afirmou que “se a comunidade internacional não agir, o que está acontecendo em Alepo pode se repetir em outras cidades”.

Ele declarou que a lei internacional exige que todos os detidos recebam tratamento humano e não sejam submetidos a maus-tratos ou tortura.

Monitores

Zeid disse que na ausência de monitores independentes para avaliar o processo, e dado o péssimo histórico de prisão arbitrária e tortura na Síria mesmo antes do conflito, são necessárias medidas urgentes para proteger as pessoas que fogem de Alepo.

Segundo o chefe de direitos humanos da ONU, observadores independentes devem ter acesso a todas as instalações onde são feitas as averiguações dos detidos para garantir que o processo está de acordo com a lei humanitária internacional.

Zeid afirmou que “o mundo está de olho em Alepo e registrando as violações cometidas contra a população”. Segundo ele, “existe a convicção de que um dia, os responsáveis serão levados à justiça”.

Alerta

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também fez um alerta sobre as atrocidades cometidas contra civis em Alepo, incluindo mulheres e crianças.

Ban disse que apesar de a ONU não ter condições de verificar de forma independente os relatos, por não ter acesso à região, ele pediu ao enviado especial para a Síria que entre em contato urgente com as partes envolvidas nas denúncias.

Ban mencionou a obrigação de todos os lados do conflito de protegerem os civis e respeitarem as leis internacionais. Segundo o secretário-geral, essa é, especialmente, uma responsabilidade do governo sírio e de seus aliados.

Photo Credit
Criança em uma rua em Alepo. Foto: Ocha/Romenzi (arquivo)