Líbia: Conselho de Segurança reitera pleno apoio a acordo político
Tratado foi assinado há um ano; órgão declarou apoio às ações da Missão da ONU no país, Unsmil; em informe nesta semana ao Conselho, representante especial do secretário-geral destacou desafios à implementação do acordo.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reiterou seu apoio ao enviado da ONU à Líbia, que lidera ações para facilitar a implementação do acordo político há cerca de um ano.
O órgão expressou profunda preocupação sobre a grave polarização política, a resultar em uma piora na situação econômica, humanitária e de segurança.
Missão da ONU
A emitir um comunicado durante à noite, o Conselho reiterou apoio às ações da Missão da ONU na Líbia, Unsmil, e a encorajou a intensificar suas ações em prol da implementação do Acordo Político Líbio, assinado a 17 de dezembro de 2015.
A declaração foi divulgada após o informe feito pelo representante especial do secretário-geral da ONU e chefe da Unsmil, Martin Kobler, nesta semana, em que ele mencionou que a implementação do acordo está parada.
O Acordo se baseia em quatro princípios-chave: garantir os direitos democráticos para a população líbia, a necessidade de um governo de consenso baseado no princípio de separação de poderes e vigilância e equilíbrio entre eles.
Além disso, a necessidade de empoderar instituições estatais como o Governo de Acordo Nacional para que este possa abordar os graves desafios e respeitar o Judiciário do país e sua independência.
Preocupação
No comunicado, o Conselho expressou sua grave preocupação com o contexto político e de segurança desafiador no país e a grave polarização política que resulta na piora da situação económica, humanitária e de segurança.
O texto também ressalta a escalada da violência entre grupos armados em Trípoli e pede aos envolvidos que atendem imediatamente o apelo do Conselho Presidencial para acabar com os combates.
O órgão também reiterou sua preocupação com a ameaça terrorista na Líbia, principamente do movimento islamita Daesh, grupos aliados e outros afiliados à Al-Qaeda.
Terrorismo
O Conselho saudou o progresso feito contra milícias terroristas, especialmente contra o Daesh nas cidades de Sirte e Benghazi, mas mencionou preocupação com informação de que elementos do grupo possam ter ido para outras partes do país.
O órgão também instou líbios dos setores político e de segurança para unirem forças contra o Daesh e pediu a atores armados que interrompam a violência a civis.
O Conselho reafirmou ainda seu forte compromisso com a soberania, independência, integridade territorial e unidade nacional da Líbia.
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