Queda no preço do petróleo ameaça posição econômica do Timor-Leste
Para que o país saia da lista de nações menos desenvolvidas do mundo até 2021, Unctad explica que será necessário conseguir lucros com a exportação de petróleo e de gás.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, lançou esta quarta-feira um alerta sobre o Timor-Leste: com a queda do preço do petróleo, a nação corre o risco de não conseguir sair da lista de países menos desenvolvidos do mundo.
Pela previsão da Unctad, é possível que a graduação aconteça até 2021. Mas isso depende fortemente do ritmo das exportações de petróleo e de gás. Com a queda dos preços do petróleo, a renda nacional per capita caiu quase 105%, passando de US$ 3.940 em 2012 para US$ 1.920 em 2015.
Incertezas
A Unctad revela que essa diminuição da renda coloca em questão a possibilidade do Timor-Leste se graduar nos próximos anos. A Conferência da ONU lembra que o pequeno país asiático enfrentou um futuro incerto quando a independência da Indonésia foi restaurada em 2002.
A exploração do petróleo beneficiou a população de 1,2 milhão de habitantes, ajudando a diminuir as taxas de mortalidade infantil e a aumentar o índice de alfabetização. Segundo a Unctad, 82% dos jovens timorenses entre 15 a 24 anos são alfabetizados.
O vice-secretário-geral da Unctad, Joakim Reiter, acredita que o Timor-Leste precisa garantir a diversificação necessária para além do petróleo e ao mesmo tempo, continuar aproveitando os benefícios de ser um dos países menos desenvolvidos do mundo.
Progressos
Pelo seu status, a nação asiática tem desfrutado de acesso preferencial a mercados importantes, incluindo por meio de um acordo com a União Europeia firmado em 2001.
O ministro das Relações Exteriores do Timor-Leste, Hernani Coelho, declarou à Unctad “que manter o tratamento de país menos desenvolvimento é importante, já que a nação é vulnerável, mas tem uma agenda ambiciosa para o progresso”.
A Conferência da ONU explica que a categoria de países menos desenvolvidos existe há 40 anos, mas desde então, apenas quatro nações conseguiram a graduação, enquanto 48 permanecem na lista.
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