Guiné-Bissau lança Rede das Mulheres Mediadoras
Escritório das Nações Unidas no país apoiou iniciativa que criou a estrutura; integrantes são mediadores de todo o país; presidente da Guiné-Bissau presidiu cerimónia de lançamento esta segunda-feira.
Amatijane Candé de Bissau para a Rádio ONU.
O Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, apoiou o lançamento esta segunda-feira da Rede das Mulheres Mediadoras de Conflito.
O entoar do hino nacional marcou o início da cerimónia de lançamento na capital guineense. A nova estrutura de sociedade civil alinha-se aos princípios cardinais das Nações Unidas nos processos de paz.
Paz
O representante especial do secretário-geral da ONU disse que o ato vem demonstrar a importância do papel das mulheres na construção de paz e na transformação de conflitos.
Ao discursar no ato, Modibó Touré disse que uma comunidade que promove tolerância e inclusividade refletindo as normas de igualdade de género é mais forte e menos vulnerável a conflitos violentos. Ele realçou o papel da mulher na construção de paz.
Formação
“O vosso lançamento hoje de uma rede de Mediação de Mulheres confirma o espírito e a letra das resoluções do Conselho de Segurança 1325 e 2122. A complexidade dos conflitos atualmente requer respostas a vários níveis e por diferentes atores, certamente por mulheres”.
A iniciativa inscreve-se no âmbito da consolidação de paz na Guiné-Bissau. O Uniogbis apoiou, nos últimos tempos, o treinamento de 145 mediadores em todo o país, dos quais 24 homens. Touré acredita que a estabilização do país dependerá dos guineenses e de iniciativas como esta.
“Construir pontes”
Ao presidir a cerimónia, o presidente guineense José Mário Vaz louvou a iniciativa e pediu aos mediadores que sejam imparciais.
“Colocar-se no meio de partes em conflito só tem significado quando é para construir pontes. Iniciativas como esta só podem ter sucesso se todos os guineenses convergirem em torno do objetivo primário que é resgatar a Guiné-Bissau da difícil situação em que se encontra no presente”.
Gestão
A presidente da recém-criada rede é Maria de Conceição Pereira. Ela qualificou o ato de marco histórico e indelével na prevenção, gestão e resolução de conflito.
Segundo ela, a ação visa criar condições para o envolvimento das mulheres no processo de busca de soluções aos recorrentes problemas que o país tem vivido.
“Passaram por várias ações de capacitação de diferentes organizações da sociedade civil, entre os quais mulheres e jovens bem como pela eleição dos membros dos órgãos sociais da Rede das Mulheres Mediadoras, tanto do centro, como das regiões e que culmina com o lançamento da mesma”.
Um número assinalável de mulheres, homens e jovens, membros da Rede, representantes dos organismos internacionais e do corpo diplomático acreditado no país participaram do evento. Parlamentares e membros do governo também marcaram presença.