Chefe dos direitos humanos alerta para perigo do registo étnico no Burundi
Planos chamados de “revisão do equilíbrio étnico” devem abranger instituições públicas e semipúblicas; número de refugiados burundeses aumentou mais de 20% em quatro meses.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O alto comissário dos Direitos Humanos da ONU considerou “uma medida potencialmente muito perigosa” a intenção das autoridades do Burundi de recolher registos sobre a identidade étnica dos seus funcionários.
Num discurso no Conselho dos Direitos Humanos, Zeid Al Hussein mencionou que o governo anunciou pnanos de lançar a chamada "revisão do equilíbrio étnico" em todas as instituições públicas e semipúblicas.
Aumento
O chefe dos direitos humanos citou dados de agências humanitárias indicando um aumento de refugiados últimos quatro meses.
De acordo com os relatos o número de pessoas que pedem abrigo nas nações vizinhas subiu de 270 mil em junho para aos 325 mil na semana passada.
Compromisso
Zeid disse que no Burundi paira o pior dos cenários com o crescente medo entre a população, o êxodo massivo de refugiados e a redução drástica do compromisso do governo com a comunidade internacional.
Ele destacou ainda que desde setembro, quando foi lançado o relatório dos peritos independentes, o país tomou medidas para aumentar as restrições ao espaço democrático incluindo proibições e suspensões de ONGs.
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