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Aumento da ofensiva à cidade iraquinana de Mossul completa um mês

Aumento da ofensiva à cidade iraquinana de Mossul completa um mês

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Comunicado conjunto, encabeçado pela representante da ONU no país, revela que dezenas de milhares de famílias precisam de assistência de emergência; quase 59 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, mais da metade são crianças e mulheres.

Monica Grayley, da Rádio ONU.

Este 17 de novembro marca um mês da intensificação dos combates para retomada de Mossul, no Iraque.

Em comunicado conjunto, liderado pela representante da ONU no Iraque Lise Grande, funcionários da organização alertam para o drama vivido pelos moradores da cidade.

Altos preços

Dezenas de famílias precisam de ajuda urgente para sobreviver. Com os combates, quase 59 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas. Em muitas áreas retomadas pela ofensiva militar, faltam água, eletricidade e serviços médicos. Escolas e hospitais também foram destruídos.

Muitos estão passando fome por causa da interrupção na produção de alimentos. Os altos preços cobrados pela comida e os danos no setor agrícola agravam a situação. Muitas crianças estão fora da escola e precisam de vacinas.

A coordenadora humanitária da ONU afirmou que todo o possível está sendo feito para assistir as famílias. Mais da metade dos deslocados internos são crianças e mulheres. Com a ajuda de organizações não-governamentais e das agências da ONU, 40 mil pessoas foram abrigadas em acampamentos formais.

Violência sexual

Algumas mulheres e meninas que fogem dos combates também foram vítimas de violência sexual. De acordo com a ONU, com a chegada do inverno, os moradores de Mossul e arredores precisarão de cobertores, aquecedores e outros itens.

A organização elogiou o apoio recebido de mais de 100 parceiros para socorrer as vítimas. Mas os organizadores já estão trabalhando com o que chamam “de pior dos cenários”, que pode colocar 1 milhão de pessoas sob risco extremos de fogo cruzado, francos atiradores, da contaminação ambiental de explosivos e de se tornarem escudos humanos.

Entre os representantes de agências da ONU que firmaram o comunicado estão o chefe da OMS, Altaf Musani, e o líder da Agência da ONU para Refugiados no Iraque, Bruno Geddo.

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Photo Credit
Família deslocada pelos combates no vilarejo de Shora, a 25 quilômetros de Mosul. Foto: Acnur/Ivor Prickett (arquivo)