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Líbia: OIM trabalha por melhores condições em centro de imigrantes

Líbia: OIM trabalha por melhores condições em centro de imigrantes

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Crise ocorre no centro de detenção de Gharyan Al Hamra após morte de migrante em 6 de novembro; local fica a cerca de 90 kilómetros ao sul de Trípoli; agência implementou plano de resposta de emergência.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, na Líbia está a trabalhar com autoridades no centro de detenção de Gharyan Al Hamra para responder a uma crise humanitária após a morte de um migrante em 6 de novembro, a quarta nas últimas três semanas.

O local fica a cerca de 90 kilómetros ao sul de Trípoli. A agência está a conduzir uma avaliação médica para os cerca de 1,8 mil migrantes após um ter sido descoberto gravemente doente.

Morte

Autoridades do centro de detenção imediatamente transferiram o paciente para a clínica de Yerevan, a 90 kilómetros, mas ele acabou morrendo no local.

Desde relatos de mortes anteriores, a primeira em 14 de outubro, a OIM na Líbia, parceiros internacionais e autoridades têm trabalhado para melhorar as condições de vida do centro.

Resposta de emergência

A agência implementou um plano de resposta de emergência buscando abordar as necessidades médicas dos migrantes detidos, incluindo tratamento de sarna, dedetização e distribuindo roupas de inverno, cobertores e outros materiais necessários.

Equipas do local também identificaram cerca de 300 crianças desacompanhadas sendo detidas e começaram a separá-las da população adulta.

O órgão da Líbia para combate à migração ilegal na área convidou instituições de direitos humanos para visitar o centro e fornecerem assistência adicional.

Repatriação

Esta segunda-feira, representantes de sete países africanos visitaram o centro de detenção para avaliar a situação e facilitar a possível repatriação humanitária de migrantes que queiram deixar a Líbia.

Até o momento, OIM forneceu assistência a cerca de 17,3 mil migrantes em centro de detenção líbios. Através de seu programa de retorno voluntário, agência também apoiou a volta de quase 2,5 mil pessoas a seus países de origem.

Mar

Em parceria com a guarda costeira e a seguraça de portos da Líbia, a OIM também criou três clínicas plenamente equipadas nos três maiores pontos de desembarque de migrantes do país: Trípoli, Garaboli e Zliten.

As clínicas poderão ajudar imediatamente migrantes resgatados no mar incluindo mulheres e crianças que chegam muitas vezes desidratadas e a precisar de assistência médica.

Até o momento em 2016, mais de 15,3 mil migrantes foram resgatados próximo à costa da Líbia.

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Mulher em Trípoli, na Líbia. Foto: ONU/Iason Foounten (arquivo)