1 milhão receberam tratamento “revolucionário” contra hepatite C
OMS explica que novidade foi introduzida há dois anos e beneficiados são de países de rendas baixa ou média, como o Brasil; novo medicamento tem índice de cura de 95% e menos efeitos colaterais; alto custo é problema.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou esta quinta-feira um balanço de um novo tratamento para pacientes com hepatite C. Desde que foi introduzido, há dois anos, a combinação dos medicamentos sofosbuvir e daclatasvir beneficiou 1 milhão de pacientes em países de rendas baixa e média, incluindo no Brasil.
A combinação dos medicamentos tem índice de cura de 95% em até três meses e causa menos efeitos colaterais. Apesar de ser muito caro, várias estratégias da OMS e parceiros permitiram que o tratamento fosse acessível a pacientes da Argentina, Brasil, Egito, Indonésia, Marrocos, Nigéria, Ruanda e outros países.
Diferença de Preço
Acordos de licenciamento, produção local e negociação de preços foram algumas das ações. O relatório da OMS mostra como a vontade política e negociações do tipo ajudam a combater a hepatite C, doença que mata 700 mil pessoas por ano.
No Egito, por exemplo, o custo do tratamento para três meses caiu de US$ 900 (em 2014) para menos de US$ 200 (em 2016). Mas em outros países, o valor é muito maior: segundo a OMS, sofosbuvir e daclatasvir suficientes para três meses custam US$ 9,4 mil no Brasil e quase US$ 80 mil na Romênia.
Transparência
Segundo o site do governo brasileiro, a combinação dos remédios é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, SUS.
A agência da ONU acredita que a divulgação de um relatório sobre acesso, preços e patentes de medicamentos para hepatite C ajudará a criar mais transparência de mercado e consequentemente, mais acesso ao tratamento considerado pela OMS como “revolucionário”.
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