Assentamento informal de migrantes na França recebeu apelido de “selva”; agência da ONU para Refugiados destaca ter recomendado o fechamento do local há muito tempo; transferência de 1,9 mil pessoas já começou.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O acampamento informal para refugiados e migrantes em Calais, na França, não é apropriado para a habitação humana, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
O local até recebeu o apelido de “selva” e o Acnur já havia recomendado o fechamento do campo há algum tempo. Esta semana o governo francês começou a transferir 1,9 mil pessoas do local, que seguem para outros locais de abrigos ao redor do país.
Crianças
O Acnur informa que nenhum incidente foi reportado até o momento e a agência segue acompanhado a transferência dos refugiados. A preocupação maior é com as crianças, que durante a realocação correm o risco de serem exploradas por traficantes de pessoas.
A agência defende que as crianças que já saíram de Calais tenham a chance de reunirem-se com suas famílias, em especial os 200 menores desacompanhados que saíram do acampamento a caminho do Reino Unido.
Apesar dos desafios, o Acnur pede que a transferência de crianças desacompanhadas de Calais tenha como prioridade os interesses dos menores. A agência da ONU lembra que o Reino Unido não pode ser a única solução para essas crianças.
Cooperação
O Acnur tem um especialista em proteção infantil em Calais, intérpretes e vários funcionários no acampamento francês para facilitar as decisões sobre a transferência das crianças desacompanhadas.
Segundo a agência, a situação no local mostra a necessidade de uma melhor cooperação e coordenação entre os países da União Europeia para a recepção e o asilo apropriados de refugiados. O Acnur defende uma resposta coletiva da Europa, baseada “nos princípios da humanidade, da proteção, da solidariedade e da responsabilidade compartilhada”.
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