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ONU debate estratégias para enfrentar desafio de deslocados internos

ONU debate estratégias para enfrentar desafio de deslocados internos

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Nesta segunda-feira, vice-chefe do Ocha destacou que “conflito e violência forçaram um número recorde de pessoas, mais de 40 milhões,” a deixarem suas casas; outras 20 milhões a 25 milhões são deslocadas dentro de seus países devido a desastres naturais.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Estratégias eficazes para abordar a questão do deslocamento interno foram tema de um evento nesta segunda-feira na sede da ONU, em Nova York. A secretária-geral assistente para Assuntos Humanitários, Kyung-wha Kang, destacou que “conflito e violência forçaram um número recorde de pessoas, mais de 40 milhões,” a se deslocarem dentro de seus próprios países em todo o mundo.

A vice-chefe do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, mencionou que outras 20 milhões a 25 milhões de pessoas são deslocadas internamente todos os anos devido a desastres naturais.

Tempo e discriminação

Kyung-wha Kang ressaltou ainda que essas pessoas permanecerão deslocadas, em média, durante uma década ou mais.

Ela afirmou que muitas sofrerão discriminação e, entre outras questões, em muitas situações terão acesso limitado a serviços básicos, incluindo habitação, escolas e emprego.

Prioridade

A secretária-geral assistente declarou que maior atenção internacional aos deslocados internos como uma “questão de urgência” é uma das prioridades do Ocha.

Ela afirmou que na Cúpula Humanitária Mundial, realizada em maio, em Istambul, houve um “amplo consenso” sobre a necessidade de uma nova abordagem ao deslocamento forçado.

Segundo Kang, essa abordagem “reconhece que o deslocamento, que é uma questão de longo prazo, não pode mais ser visto como um desafio humanitário de curto prazo”.

Ao invés disso, ela afirmou que governos e autoridades devem assumir sua responsabilidade de abordar o deslocamento como um desafio socioeconômico, político e de desenvolvimento de longo prazo.

Parceria

A vice-chefe chefe disse que para parceiros humanitários e da área de desenvolvimento, abordar de forma eficaz deslocamentos prolongados em crises de longo prazo envolve uma mudança na forma de cooperar.

Kang destacou que é preciso não apenas buscar salvar vidas no curto prazo, como atuar com outros parceiros ao longo dos anos na busca, inclusive, de formas coletivas de reduzir vulnerabilidade e necessidade.

Ela declarou que essa nova abordagem ao delocamento significa que governos, parceiros da área de desenvolvimento e investidores devem integrar deslocados internos a seus planos de desenvolvimento, para que essas pessoas possam acessar habitação, oportunidades de meios de subsistência e serviços básicos.

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Foto: Acnur/L. Beck