País ficou livre do vírus três meses após detectar primeiro caso; Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres elogia funcionários treinados e papel das comunidades.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres considera a Nigéria um “exemplo de sucesso” por ter conseguido ficar livre do ébola três meses após o país ter detectado o primeiro caso.

Em 2014, o vírus foi identificado num diplomata que saiu da Libéria e entrou na Nigéria já com sintomas do ébola. Ao todo, o país tinha registou 19 infetados e oito mortos.

Desastres

Para a responsável da saúde do Escritório da ONU, Chadia Wannous, a Nigéria mostrou que é preciso aumentar a capacidade de nações de baixa renda para gerir emergências, desastres e riscos associados.

O escritório colabora com parceiros para implementar um projeto na Serra Leoa, na Libéria e na Guiné Conacri para "acelerar a implementação do Quadro de Sendai sobre redução de desastres, que envolvem sistemas de saúde aptos para reconhecer riscos”.

Mortes

A Nigéria teve 894 pessoas diretamente relacionadas ao primeiro caso de ébola. No total, 18,5 mil visitas face a face foram realizadas para verificar se havia febre e outros sintomas do vírus. Foram 11 funcionários de saúde infetados e cinco morreram.

O escritório destaca que a alta taxa de alfabetização da população em geral tornou mais fácil a realização de campanhas de informação, isso na comparação com os outros três países mais afetados na África Ocidental.

Comunidades

Chadia Wannous disse que os esforços exigem sistemas de saúde resilientes com pessoal treinado, informações e sistemas de comunicação de riscos, logística e estruturas da cadeia de abastecimento, mecanismos de financiamento e governação da saúde sólida como os da Nigéria.

A comunidade também teve um papel significativo com as equipas de "mobilizadores sociais" que fizeram chegar informações sobre saúde a milhares  de famílias e facilitaram a compreensão para que o medo e a desconfiança não impedissem uma resposta eficaz.

Um novo projeto financiado pelo Japão pretende melhorar a colaboração entre as autoridades de gestão e de saúde de risco de desastres.

A iniciativa vai integrar a gestão de risco no setor da saúde, na expectativa de contribuir ainda mais para a redução da mortalidade devido a emergências e outros tipos de desastres.

A menção foi feita por ocasião do 13 de outubro, Dia Internacional para a Redução de Desastres, que tem como lema reduzir a mortalidade em desastres globais.

*Apresentação: Denise Costa.