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OMS: imposto sobre bebidas açucaradas pode ajudar a reduzir obesidade

OMS: imposto sobre bebidas açucaradas pode ajudar a reduzir obesidade

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Se refrigerantes e sucos forem mais caros, o consumo diminuirá e em consequência, os índices de obesidade, diabetes tipo 2 e de cáries; relatório mostra resultados positivos após preço de produtos aumentarem 20%.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Aumentar os impostos das bebidas açucaradas pode reduzir o consumo e consequentemente, os índices de obesidade, de diabetes tipo 2 e de cáries dentárias.

Essa é a principal conclusão de um relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, lançado neste 11 de outubro, Dia Mundial de Combate à Obesidade.

Consumo

Segundo a agência da ONU, políticas fiscais que levem ao aumento de 20% no preço de refrigerantes e outras bebidas com açúcar podem gerar uma redução proporcional no consumo desses produtos.

O relatório é específico sobre produtos com glucose, frutose, sucrose ou o açúcar de mesa comum, que são inseridos pelos fabricantes ou pelo próprio consumidor em alimentos ou bebidas. A agência lembra que o açúcar também está presente de forma natural no mel, caldas, sucos de frutas e concentrados de frutas.

Sem ingerir tanto açúcar e calorias no geral, a OMS explica que a nutrição dos consumidores pode melhorar e um número menor de pessoas pode sofrer de sobrepeso, obesidade, diabetes e cáries.

Índices de obesidade

O diretor do Departamento para Prevenção de Doenças Crônicas da OMS, Douglas Bettcher, afirma que “se os governos aumentarem os impostos de produtos como bebidas com açúcar, eles poderão salvar vidas, reduzir com os custos com tratamentos e repassar os lucros para o sistema de saúde”.

Um balanço feito há dois anos mostrou que 39% dos adultos do mundo estavam acima do peso. A prevalência da obesidade mais que dobrou desde 1980: mais de meio bilhão de adultos estão obesos.

No caso das crianças, 42 milhões de menores de cinco anos estão acima do peso ou obesas. A maioria vive na Ásia. O total de diabéticos também aumenta: 422 milhões de pessoas têm a condição, que mata 1,5 milhão por ano.

Frutas e vegetais

A OMS explica que ninguém precisa de açúcar na dieta. O nível máximo de consumo diário indicado é de 250 ml de bebida açucarada, o equivalente a um copo médio, como sucos ou refrigerantes.

Para preparar o relatório, a agência avaliou políticas fiscais criadas para melhorar dietas e prevenir doenças crônicas.

Subsídios para reduzir preços de frutas e vetegais entre 10% e 30% levou ao aumento do consumo desses produtos. Já os impostos sobre alimentos e bebidas com alto teor de açúcar e de gorduras causaram a queda no consumo.

A OMS menciona México e Hungria como países que já criaram taxas do tipo, enquanto Filipinas, África do Sul e Reino Unido pretendem aplicar impostos sobre esses produtos.

Photo Credit
Foto: Banco Mundial/Julio Pantoja