Desenvolvimento em risco para 43% das crianças pobres menores de cinco anos
249 milhões de crianças podem não crescer de forma adequada devido à extrema pobreza e fome, segundo estudo da Lancet com dados da OMS, Unicef e Banco Mundial; intervenções podem custar US$ 0,50 por criança, por ano.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
Nos países de rendas baixa e média, 43% das crianças com menos de cinco anos têm “risco elevado” de não se desenvolverem de forma adequada. Isso porque esses menores sofrem com a pobreza extrema e atraso no crescimento físico, causado pela falta de nutrientes.
Esse é o principal resultado de um estudo publicado na revista especializada Lancet, com dados da Organização Mundial da Saúde, do Banco Mundial e do Unicef.
Custos
Mas a pesquisa revela que investir na primeira infância, em projetos que promovam saúde, nutrição, segurança e aprendizado, pode custar menos do que se imagina. Intervenções do tipo tem valor avaliado em US$ 0,50 por criança por ano.
O estudo da Lancet reforça que os países precisam ter como prioridade o investimento no desenvolvimento das crianças menores de cinco anos. Segundo pesquisas, o cérebro de uma criança se desenvolve com mais rapidez nos primeiros três anos de vida.
Nutrição
Esse período é crítico para adaptação e resposta a intervenções. Mas quando as crianças pequenas não recebem os nutrientes necessários, a proteção e o estímulo adequados, os danos ao desenvolvimento podem ter efeitos de longo prazo.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, lembra que “as experiências das crianças nos primeiros dias de vida e nos primeiros anos moldam e definem o futuro”.
Os autores do estudo têm várias propostas, como a adoção de políticas que promovam condições ideais de um bom desenvolvimento na primeira infância, com medidas nos setores de saúde, nutrição, educação e serviços sociais.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.