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Conflito no Iémen já causou mais de 4 mil mortes

Conflito no Iémen já causou mais de 4 mil mortes

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Dados foram verificados pelo escritório de direitos humanos da ONU no país; chefe humanitário das Nações Unidas esteve na nação e pediu acesso e proteção de civis; mais de 2 milhões de menores estão fora da escola.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, pediu a todos os envolvidos no conflito no Iémen que concedam acesso humanitário e cumpram suas responsabilidades de proteger civis.

Os combates no país já deslocaram três milhões de pessoas e causaram morte e ferimento a milhares de civis.

Infraestrutura

O conflito também destruiu infraestrutura civil e meios de sobrevivência em um país que já estava sofrendo de pobreza endêmica.

O’Brien, que é chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, concluiu uma visita de três dias ao Iémen na terça-feira.

Vítimas

Na cidade de Taiz, pelo menos 10 civis, incluindo seis crianças, morreram e outros 17 ficaram feridos na segunda-feira depois que um explosivo atingiu uma rua movimentada próximo a um mercado em Bir Basha, distrito de Al Mudhaffar.

Segundo dados confirmados pela equipa de direitos humanos da ONU no Iémen, entre março de 2015 e 30 de setembro deste ano, o conflito no país fez 10.963 vítimas, incluindo 4.014 mortos.

Escolas

Com o início das aulas nesta semana no Iémen, o Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, fez um apelo para que todos os envolvidos no conflito protejam as escolas.

Segundo a agência da ONU, desde a escalada dos combates há mais de 18 meses, ataques a crianças, professores e infraestrutra escolar têm tido um impacto arrasador no sistema educacional do país.

O representante do Unicef no Iémen, Julien Harneis, alertou que menores foram mortos em seu caminho para a escola ou dentro dos locais.

Crianças

Devido à violência e ao fechamento de escolas, mais de 350 mil crianças não puderam retomar sua educação no último ano escolar. Isto levou o número de menores fora das salas de aula no Iémen a mais de 2 milhões.

Desde a escalada do conflito em março de 2015, a ONU verificou que 1.210 crianças, algumas com apenas oito anos, foram recrutadas para os combates.

O Unicef calcula que mais de 2,1 mil escolas em todo o país não podem mais ser usadas por terem sido destruídas ou danificadas, estarem a abrigar famílias deslocadas ou a serem usadas com objetivos militares.

Campanha

A agência está a apoiar a campanha Volta às Aulas para fornecer aos menores uma oportunidade de aprendizado. Esta inclui a renovação de cerca de 700 escolas danificadas e fornecimento de móveis e suprimentos.

Os professores estão a receber apoio psicossocial para ajudar os estudantes a lidar com os horrores do conflito. Nos últimos 18 meses, o Unicef chegou a 575 mil alunos no Iémen com material escolar e apoio psicossocial.

A agência está a pedir US$ 34 milhões para a construção e reforma de escolas danificadas, suprimentos, treinamento de profissionais e a realização da campanha Volta às Aulas.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien (à esq.), durante visita a um hospital no Iémen. Foto: Ocha Iémen