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Mundo tem menos 100 milhões de pessoas na pobreza extrema, diz relatório

Mundo tem menos 100 milhões de pessoas na pobreza extrema, diz relatório

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Queda na no mundo inteiro foi de 1,7%; Banco Mundial destaca cenários em países como Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Cerca de 800 milhões de pessoas viviam com menos de US$ 1,90 por dia em 2013, de acordo com o Banco Mundial.

O número equivale a menos de 100 milhões de pessoas extremamente pobres em relação ao ano anterior, revela a primeira edição do estudo anual Pobreza e Prosperidade Partilhada.

Inclusivade

Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os países onde o número de pessoas na pobreza está acima de 60% da população.

Falando à Rádio ONU, de Washington, o consultor sénior do Departamento de Pesquisa do Banco Mundial, Francisco Ferreira, revela que o combate à pobreza deve se concentrar na inclusividade e na criação de infraestrutura.

Moçambique e Guiné-Bissau

“Esses são dois países que exemplificam bem o caso de que a pobreza mundial está mais concentrada em África, onde há necessidade muito grande não só de continuar e, em alguns casos, retomar as taxas desse crescimento que nós víamos na década passada, entre 2002 e 2012. A região como um todo sofreu um revés com o preço das matérias-primas.”

O cálculo de desigualdade social defende que apesar de progressos, o Brasil continua na lista de países onde o problema é mais frequente. Mas o país baixou de 60 para 50 pontos no parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países, o índice Gini.

Brasil

“Houve um progresso no nível salarial mas também uma redução na desigualdade salarial. A esse efeito combinou-se a criação de uma série de políticas sociais de transferências monetárias para aquelas pessoas de maior carência, como é o caso do programa Bolsa Família no Brasil”.

A relação de países é liderada pela África do Sul e pelo Haiti, com índices Gini superiores a 60 pontos. O Ruanda e outras seis economias da América Latina e Caribe como Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México e Panamá estão no grupo.

Economia global

A publicação sobre pobreza e a prosperidade partilhada analisa os 40% da população mais pobre do mundo. No período estudado, a pobreza extrema no mundo inteiro caiu 1,7% apesar do estado letárgico da economia global.

Com as tendências de crescimento projetadas, a diminuição da alta desigualdade pode ser necessária para atingir a meta mundial de acabar com a pobreza extrema até 2030.

Entre 2008 e 2012 os 40% mais pobres nos seus países viram subir a sua renda média como foi visto em 60 dos 83 países abrangidos pelo novo relatório. As nações estudadas  representam 67% da população mundial.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

Photo Credit
Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os países onde o número de pessoas na pobreza está acima de 60% da população. Foto: Banco Mundial/Yuri Kozyrev