Índia usa aniversário de Gandhi para entregar ratificação do Acordo de Paris
Tratado está a 3% da entrada em vigor; ONU espera que pacto passe a valer antes do fim do ano; país é responsável por cerca de 4,5% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Índia entregou este domingo nas Nações Unidas os documentos de ratificação do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.
O país, que responde por cerca de 4,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, torna-se o 62º Estado a validar o tratado.
Emissões
O Acordo de Paris entrará em vigor quando for confirmado por 55 países que contribuem para pelo menos 55% das emissões globais.
Ao abrir a cerimónia, o embaixador da Índia junto às Nações Unidas disse que a escolha da data para depositar o documento está ligada ao Dia Internacional da Não Violência, que homenageia o pacifista indiano Mahatma Gandhi.
Syed Akbaruddin declarou que o legado de ambientalismo e o respeito pela sustentabilidade fazem parte das filosofias de Gandhi e das tradições "profundamente saudáveis" da Índia.
Esperança e Compromisso
O presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson, afirmou que a medida era cheia de esperança e de compromisso.
Ele disse que o momento, que ocorreu no aniversário de nascimento do líder pacifista indiano, tem um ajuste especial associado às duráveis mensagens éticas de Gandi de humanismo, ambientalismo e pacifismo.
Ao apresentar a mensagem do secretário-geral da ONU, o vice-secretário-geral Jan Elisasson sublinhou o que chamou de “liderança indiana” em questões do clima.
Ele agradeceu o país pelo encorajamento e pelo reforço da dinâmica que é observada em todos os cantos do globo. Eliasson destacou que a ratificação do acordo pela Índia coloca o mundo a um passo de acelerar a entrada em vigor do histórico Acordo de Paris antes do fim do ano.
Temperatura Global
O tratado adotado por 185 nações, em dezembro, prevê que os países ricos e pobres tomem medidas para limitar o aumento da temperatura global.
Os Estados adotaram planos nacionais para reduzir as emissões de limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2°C.
Até 2030, a Índia comprometeu-se a gerar pelo menos 40% da sua eletricidade a partir de fontes não fósseis, o que inclui produzir 175 gigawatts de energia renovável até 2022.
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