“Síria está sangrando”, alerta chefe humanitário da ONU
De Genebra, Stephen O’Brien falou ao Conselho de Segurança que é hora do órgão “parar de tolerar total desrespeito às disposições mais básicas do direito humanitário internacional”; chefe do Unicef, Anthony Lake, disse que quase 100 crianças foram mortas apenas nesta semana em Alepo.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários falou ao Conselho de Segurança sobre a situação humanitária na Síria. Por videoconferência, de Genebra, Stephen O’Brien fez um alerta.
A “Síria está sangrando, seus cidadãos estão morrendo”, disse o chefe do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha.
Conselho de Segurança
Para ele, é hora do Conselho “parar de tolerar o total desrespeito às disposições mais básicas do direito humanitário internacional”.
O’Brien afirmou aos integrantes do órgão que nos últimos sete dias houve uma intensificação dos ataques no país. O chefe do Ocha citou ataques aéreos, por terra e combates em diversos locais.
Alepo
No entanto, o subsecretário-geral afirmou que em nenhum local o conflito tem sido mais intenso nos últimos dias do que no leste da cidade de Alepo, área que está sitiada.
O’Brien afirmou que, segundo estimativas, 320 civis morreram e 765 ficaram feridos nos primeiros dias dessa nova onda de violência.
Hospitais
Já o vice-enviado especial da ONU para a Síria, Ramzy Ezzeldine Ramzy, também em Genebra, reiterou a jornalistas a necessidade do fim dos bombardeios em Alepo e de que seja restaurada a interrupção dos combates.
Ele afirmou que muitos hospitais na cidade foram danificados por ataques aéreos e não é possível fornecer tratamento adequado para muitos dos 600 feridos.
Na quarta-feira, dois dos últimos oito hospitais no leste de Alepo teriam sido atingidos por bombardeios e não estão mais funcionando.
Crianças
Remover os feridos mais graves por motivos médicos é “urgentemente necessário”, segundo o vice-enviado especial.
Em nota emitida nesta quinta-feira, o chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Anthony Lake, afirmou que apenas nesta semana, 96 crianças foram mortas e 223 ficaram feridas em Alepo.
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