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FAO espera mais fundos para plano da Cplp de combate à fome

FAO espera mais fundos para plano da Cplp de combate à fome

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Agência espera novas promessas na Cimeira de chefes de Estado e de Governo  prevista para 31 de outubro, em Brasília; Estratégia Regional de Segurança Alimentar e Nutricional do bloco foi lançada em 2012.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A vice-diretora geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, espera mais fundos das nações lusófonas para a Estratégia Regional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Durante uma entrevista à Rádio ONU, às margens da Assembleia Geral, Maria Helena Semedo disse que a expetativa é que esses valores sejam prometidos na Cimeira de Chefes de Estados e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, agendada para Brasília a 31 de outubro.

Problemas

“Esperamos que na próxima reunião da Cplp, que em princípio será no Brasil, que deve assumir a presidência, possamos fazer o ponto da situação e ver como alargar esse programa e arranjar financiamento. Um dos problemas foi arranjar fundos. A FAO financiou, mas tivemos outros países que prometeram, mas isso não se concretizou. Esperamos que possamos alargar esse projeto, um programa de US$ 500 mil para termos impacto.”

Os valores seriam para financiar a fase da produção, distribuição e transformação de alimentos como parte do plano que formou Conselhos de Segurança alimentar nos países-membros do bloco.

Visão

A FAO contribuiu para instalação desses organismos e para ajudar os países numa “visão global do que é segurança alimentar”.

A representante disse que promover o esforço dos países deve envolver governos, sociedade civil, setor privado, produtores e consumidores para que haja uma “responsabilidade global”.

Maria Helena Semedo destacou o Brasil pela partilha de conhecimentos e de técnicos como parte da Cooperação Sul-Sul. Ela disse que a vantagem da parceria com o país inclui a língua e as condições agroclimáticas semelhantes.

Tecnologias

“Tem transferido tecnologias na área de produção. Também uma área em que os nossos países perderam muito e que estamos a trabalhar com o Brasil é na área de pesquisa, tudo o que seja ciência. Infelizmente os nossos institutos de pesquisa perderam a liderança que tiveram. Como reativar? Temos um grande programa em Angola. Pensamos também em Moçambique e Cabo Verde. E em Cabo Verde, por exemplo, tudo o que seja na área de extensão. Estamos a trabalhar com especialistas moçambicanos. Nós fazemos essa triangulação quando há boas experiências num país traz para o outro.”

A FAO apoia os países nos esforços para combater a malnutrição nos primeiros 1 mil dias de vida. A meta é contribuir para evitar a superlotação dos sistemas de saúde.

A agência quer também que sejam prevenidas doenças crónicas como a malnutrição e obesidade.

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Foto: Banco Mundial/Maria Fleischmann