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Timor-Leste deve ratificar o Acordo de Paris “nos próximos meses”

Timor-Leste deve ratificar o Acordo de Paris “nos próximos meses”

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Afirmação é do primeiro-ministro, que garante depositar na ONU o documento oficial; Rui Maria de Araújo explica que a população de zonas rurais está sofrendo muito com os impactos da mudança climática.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Congresso do Timor-Leste deve aprovar em breve a ratificação do Acordo de Paris sobre Mudança Climática. Quem afirma é o primeiro-ministro do país, que discursou neste sábado na 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Em Nova York, Rui Maria de Araújo espera depositar na organização a ratificação do acordo dentro de alguns meses. Em entrevista à Rádio ONU, o primeiro-ministro destacou que o país está sendo altamente afetado pela mudança climática, principalmente os habitantes da zona rural.

El Niño

“Este ano, por exemplo, Timor-Leste foi afetado pelo El Niño e depois agora, La Niña. Como país insular, estamos muito vulneráveis e isso afeta muito a nossa agricultura. Particularmente tendo em conta que temos 70% da população nas áreas rurais e trabalhando na agricultura, essa mudança climática afeta bastante.”

Rui Maria de Araújo revelou que o país tem como prioridade reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa. O primeiro-ministro reconheceu que a contribuição que o Timor-Leste dá para o mundo neste sentido ainda “é mínima”, mas o plano é reverter esse cenário.

Mentalidade

"Internamente estamos também a educar as pessoas, olvidar esforços para intensificarmos a reflorestação e ter em conta os comportamentos que afectam de uma forma muito negativa o nosso ambiente. Nós temos, por exemplo, hábitos tradicionais de queima durante a época das secas para o plantio das hortas e das várzeas. Mas estamos tentando incutir a nossa população uma mudança de mentalidade nesse sentido porque isto tudo contribui para que se piore ainda mais os impactos da alteração climática."

O primeiro-ministro timorense também explicou que o país quer trabalhar de forma multilateral, respeitando as convenções existentes, na tentativa de reduzir as pegadas de carbono.

Timor-Leste foi o sétimo país de língua portuguesa a discursar na Assembleia Geral da ONU e o primeiro na tribuna da ONU neste sábado.

A próxima nação lusófona será Cabo Verde, que fala à plenária na segunda-feira, 26, último dia de debates de alto nível.

Acompanhe a cobertura completa da 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Photo Credit
Bandeira do Timor-Leste. Foto: ONU/Loey Felipe