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Angola quer consenso para nova visão da Cplp após cimeira no Brasil

Angola quer consenso para nova visão da Cplp após cimeira no Brasil

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Ministro das Relações Exteriores defende um bloco mais estruturado e com mais recursos; reunião de ministros em Nova Iorque discutiu mais poderes para o secretariado executivo e preparação de cimeira de Brasília.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Angola quer unanimidade na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, sobre o futuro do bloco.

Falando à margem da Assembleia Geral, em Nova Iorque, o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, sublinhou que “os Estados ainda não estão devidamente preparados para esse fim”. A 31 de outubro, os chefes de Estado e Governo da Cplp se reunirão em Brasília para a próxima Cimeira do grupo.

Língua

“É necessário que esta visão traga um consenso entre os Estados-membros para que eles todos estejam de acordo com o futuro, porque a Cplp começou como uma comunidade da língua. Hoje tem tentado se alargar um pouco mais, mas ela não tem este âmbito. É necessário que estejamos todos de acordo que precisamos de ir para um âmbito mais amplo, o que implicará, naturalmente, uma organização mais estruturada e com mais recursos para caminhar nesta via.”

Como sugestões para consolidar a Cplp, Chikoti disse que os encontros devem “decorrer de facto”.

Observadores

Na quinta-feira, ministros dos Estados-membros falaram da reunião, na agenda que incluiu a crise na Guiné-Bissau, as eleições do diretor do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Iilp, e uma análise sobre pedidos de países que querem ser observadores.

“Essa questão precisa de um estudo, foi a recomendação que se fez, que finalmente se devia fazer um estudo aprofundado. Depois para saber o que iríamos devemos fazer com todos esses observadores, que condições vamos colocar, se vamos fazer com que eles se tornam membros, porque os observadores normalmente não podem só aparecer uma vez por ano quando há cimeiras, mas eu acho que se eles têm de facto algum interesse com a organização, nós precisamos estudar tudo isso e fazer uma política global que vai olhar para o futuro da organização.”

Mais Poder

O chefe da diplomacia de Angola disse que deve ser aumentado o poder do secretariado executivo da Cplp para “trabalhar muito mais nalgumas das suas questões”.

Ele afirmou que a organização está atual e que vai acompanhar a execução do recente entendimento que prevê a formação de um governo inclusivo e de consenso para o fim da crise que impede a aprovação do programa do governo da Guiné-Bissau.

A partir de 1 de outubro, a Cplp passa à presidência rotativa do Brasil.

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Photo Credit
Imagem: Cplp