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300 refugiados podem ter morrido em tragédia de barco no Egito

300 refugiados podem ter morrido em tragédia de barco no Egito

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Segundo Acnur, embarcação levava 450 pessoas e 150 foram resgatadas; 42 corpos já foram retirados do mar; autoridades egípcias abriram investigação e querem prisão dos contrabandistas responsáveis pelo barco.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, informa que um barco carregando 450 pessoas afundou no Mar Mediterrâneo. O incidente aconteceu na região de Rosetta, no Egito. Até a manhã desta sexta-feira, 42 corpos haviam sido retirados das águas.

Segundo o Acnur, o Exército e a Marinha do Egito estão envolvidos nas operações de resgate e conseguiram salvar 150 pessoas. A maioria é do Sudão e da Eritreia. Entre os resgatados, estavam também dois somalis, um sírio e um etíope.

Apoio

As autoridades egípcias pediram à polícia para prender os contrabandistas responsáveis pelo barco e pelas mortes, além de abrir uma investigação sobre o incidente e fornecer todos os cuidados aos resgatados.

O Acnur lembra que o Egito tem uma longa história de apoio e de fornecimento de asilo a refugiados. Ao mesmo tempo, o país é rota tradicional de migração irregular para a Europa.

O número de refugiados e migrantes tentando deixar o Egito de forma irregular vem aumentando. O Acnur revela que desde janeiro, foram 4,6 mil pessoas presas na tentativa de deixar a costa do país. O total é 28% maior do que os números de 2015.

Chegadas e Mortes

Já as chegadas de migrantes irregulares pelo mar na Itália estão estáveis: mais de 115 mil entre janeiro e agosto, números parecidos com o volume do ano passado.

Segundo o Acnur, 300 mil pessoas cruzaram o Mar Mediterrâneo este ano e o total de pessoas mortas ou desaparecidas durante a jornada chega a 3,5 mil. A agência trabalha com as autoridades dos países para verificar o status de registro dos refugiados e requerentes de asilo que vão para centros de detenção.

De acordo com as obrigações internacionais para proteger pessoas que fogem de conflitos e perseguições, geralmente, o governo do Egito solta os indivíduos registrados com o Acnur após um período de 15 dias.

No período de detenção, o Acnur e parceiros fornecem aos detidos items básicos, incluindo comida e medicamentos.

Até o dia 31 de agosto, 187 mil refugiados e requerentes de asilo haviam sido registrados pelo escritório da agência no Egito. A maioria saiu da Síria e do Sudão.

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O número de refugiados e migrantes tentando deixar o Egito de forma irregular vem aumentando. Foto: ONU/Patrick Russo