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Angola celebra “mais ganhos” ao avaliar mandato no Conselho de Segurança

Angola celebra “mais ganhos” ao avaliar mandato no Conselho de Segurança

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Ministro das Relações Exteriores disse que o seu país soube “posicionar-se muito claramente” desde 2015; Georges Chikoti pede maior atenção a jovens democracias e ao diálogo na Península Coreana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Os dois anos de Angola no Conselho de Segurança foram avaliados pelo Ministro das Relações Exteriores do país, Geoges Chikoti, há três meses do fim do mandato.

O chefe da diplomacia angolana destaca que o país aumentou a sua bagagem ao participar como membro não-permanente no Conselho desde 1 de janeiro de 2015. Angola ocupou pela primeira vez o assento entre 2002 e 2003.

Experiência

“Foi uma experiência muito interessante. Angola apareceu desta vez com um pouco mais de experiência relativamente à participação anterior. Temos a certeza que, ao sairmos do Conselho de Segurança, também teremos ganho um pouco mais para nós mesmos.”

No atual mandato, Chikoti disse que o seu país soube “posicionar-se muito claramente” no órgão.

Grandes Temas

As marcas dos posicionamentos do país tiveram em conta as jovens democracias, daí a cautela ao lidar com governos em crise “quando não houvesse um estudo mais profundo”.

“Nós não temos uma história de democracias em África que possa permitir, por exemplo, que se avalie um Sudão ou Burundi como se estivéssemos a avaliar a França. Algumas teses ou grupos que são apoiados muitas vezes não representam necessariamente a vontade do povo local. Tivemos, muitas vezes, que nos opor ou ter posições contrárias em alguns temas específicos. Penso que isso contribui. Também nós participamos ativamente em termos gerais nos grandes temas que afetam o Conselho de Segurança.”

Nos esforços para buscar soluções globais, Angola pediu a promoção do diálogo que envolva as duas Coreias sem uma solução que sufoque a Coreia do Norte.

Península Coreana

“Se é verdade que é necessário que a Coreia do Norte possa se conformar à comunidade internacional e não evoluir para uma política nuclear é também importante que se comece a olhar para a necessidade de desanuviamento na Península Coreana.”

Na quinta-feira, durante seu discurso na Assembleia Geral, o vice-presidente angolano Manuel Vicente defendeu que África merece ter um país representado entre os membros permanentes do Conselho de Segurança.

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Photo Credit
Bandeira de Angola (ao centro). Foto: ONU/Loey Felipe