“Marginalização e desilusão podem gerar ressentimento no no Mali”, adverte Ban
À margem da Assembleia Geral, secretário-geral manifestou preocupação com “novas fontes de instabilidade” no país; chefe da ONU presidiu evento onde sublinhou o impacto do terrorismo nos civis e graves violações de direitos humanos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
As Nações Unidas realizaram esta sexta-feira um evento paralelo à Assembleia Geral que abordou o acordo para a paz e reconciliação assinado há três anos no Mali.
O secretário-geral disse que “qualquer sentimento de marginalização e desilusão com o processo de paz pode gerar ressentimento e criar um terreno fértil para perturbadores”.
Participação
O apelo do chefe da ONU é que haja inclusão nos diálogos para moldar instituições malianas. Ban quer a participação de todos os grupos da sociedade, incluindo mulheres, jovens, grupos de oposição e líderes religiosos e comunitários.
A expectativa do chefe da ONU é que a chamada “Conferência de Entendimento Nacional” reflicta o espírito de inclusão de interesses públicos. Ban alertou para confrontos e violações do cessar-fogo.
Novos combates foram registados na semana passada, após confrontos armados entre as partes que assinaram o acordo em Kidal em agosto. Para o fim das tensões, Ban disse que trabalha com o presidente Ibrahim Boubacar Keita através do seu representante especial e com a Argélia.
Estabilidade
O apelo feito aos grupos armados é que “acabem com os confrontos e que as partes os ponham de parte os seus interesses de curto prazo para executarem o acordo de paz.”
Ban disse que a medida vai permitir que parceiros, incluindo a Missão da ONU no Mali, Minusma, ajudem os malianos a colher os dividendos da paz e estabilidade, especialmente aos habitantes de áreas como Kidal, Gao, Timbuktu.
Destruição
O Mali tem cerca de meio milhão de pessoas necessitadas de assistência alimentar imediata e 180 mil crianças que enfrentam desnutrição aguda grave.
Ban expressou profunda preocupação com “novas fontes de instabilidade” no Mali, com o impacto do terrorismo nos civis, e com “muitos casos de graves violações de direitos humanos”. Ele pediu também o respeito das partes às suas obrigações de direitos humanos, incluindo durante as operações de combate ao terrorismo.
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