ONU preocupada com violência que já matou mais de 50 na RD Congo
Escritório de Direitos Humanos regista 300 detidos desde segunda-feira; agências de notícias apontam atrasos eleitorais como causa do surto; alto comissário chama a atenção para crise iminente em grande escala.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, expressou profunda preocupação com a onda de violência que esta semana causou pelo menos 50 mortos na República Democrática do Congo, RD Congo.
Uma nota do seu escritório revela que houve mais vítimas da violência e distúrbios nos últimos dois dias. Agências noticiosas referem que a causa da violência são atrasos eleitorais.
Violações
Para evitar a escalada da crise, o chefe dos Direitos Humanos quer que haja “responsabilização pela morte de dezenas de civis e pelas outras violações dos direitos humanos.”
Pelo menos quatro polícias morreram na onda de confrontos em Kinshasa na segunda e terça-feira. Outras 77 ficaram feridas e “os números podem ser muito maiores”, de acordo com Zeid.
O alto comissário manifestou profunda tristeza com os incidentes na capital congolesa e deplora o “número alto de vítimas civis”. Zeid cita o incêndio da sede de vários partidos políticos e a contínua tensão que “juntos, lançam uma dura advertência de uma crise em grande escala que poderia estar a caminho”.
Pontes
Zeid ressalta que as “autoridades precisam afastar-se da sua posição extremamente conflituosa e construir pontes com a oposição." Cerca de 300 pessoas foram detidas desde segunda-feira.
Equipas do escritório ainda trabalham no terreno e revelam que duas pessoas perderam a vida e outras três ficaram feridas na noite de quarta-feira.
A nota do escritório cita “relatos de uso excessivo da força por alguns elementos das forças de segurança”, e de que vários manifestantes teriam recorrido à violência.
Normas Internacionais
Zeid apela a todas as partes a exercer contenção e às autoridades a garantir que as “normas nacionais e internacionais sobre o uso apropriado da força sejam plenamente respeitadas por todo o pessoal de segurança”.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU destaca que o mais recente episódio de violência destaca a necessidade urgente de um diálogo significativo e abrangente sobre o processo eleitoral na RD Congo.
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