Discurso de Filipe Jacinto Nyusi na Assembleia Geral foca na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; chefe de Estado destaca que financiamento do plano é um dos desafios.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Assembleia Geral das Nações Unidas ouviu na noite de terça-feira o discurso do presidente de Moçambique. Ao participar da 71ª sessão do órgão, em Nova York, Filipe Jacinto Nyusi destacou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O acordo internacional de 17 objetivos entrou em vigor este ano. O líder moçambicano considera 2016 o “início de uma nova era” global. Para Nyusi, a agenda reflete a ambição coletiva para erradicação da pobreza.
Financiamento
Mas o chefe de Estado não deixou de mencionar vários desafios para a implementação do plano.
“Alinhamento com os instrumentos e recursos globais, regionais e nacionais; financiamento; monitoria e avaliação dos progressos; e inclusividade. Ao incluírem a dimensão da paz e estabilidade, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável reconhecem a indivisibilidade do binómio paz e desenvolvimento e a necessidade da sua consolidação.”
O presidente de Moçambique destacou, entretanto, que o sucesso do processo depende de uma reforma urgente do sistema das Nações Unidas, para que a organização possa responder às “realidades actuais”.
Monitoria
Na Assembleia Geral, Jacinto Nyusi explicou que o programa de seu governo está a reflectir nos princípios e dimensões do desenvolvimento sustentável. Foi criado um grupo nacional para “integrar, monitorar e reportar” sobre a implementação da Agenda 2030.
“O grupo debruça-se também sobre as políticas, a previsibilidade de financiamento e todos os factores condicionantes do sucesso na implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Com esta base alargada dos intervenientes através do Grupo de Referência, pretendemos tornar a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável um processo mais inclusivo, coerente e transparente, do qual todos os diferentes actores se sintam parte.”
O presidente de Moçambique também defendeu a reforma das Nações Unidas e em particular do Conselho de Segurança. Filipe Jacinto Nyusi destacou em seu discurso que a cooperação entre ONU e organizações económicas regionais precisa ser aprofundada.
O chefe de Estado também espera que o próximo secretário-geral da ONU reforce as relações com Moçambique.
Leia e Oiça todas as reportagens da 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU