Com eleições em vista, Somália é tema de encontro de líderes mundiais
Reunião de alto nível ocorreu às margens da 71ª Assembleia Geral, onde foi destacado um novo futuro para um país marcado pelo conflito; vice-secretário-geral aplaude promessa de garantir espaço para as mulheres no Parlamento.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Líderes mundiais presentes na ONU participaram de um encontro para discutir a situação na Somália. A reunião de alto nível foi um dos eventos paralelos à 71ª sessão da Assembleia Geral, a decorrer em Nova Iorque.
Para o vice-secretário-geral da ONU, o governo e o povo da Somália enfrentam um trabalho árduo na busca de um novo caminho, um novo futuro para um país desgastado por conflitos e pela pobreza.
Mulheres
Jan Eliasson lembrou do processo eleitoral que está a ser lançado no país, tendo em vista escolher um novo presidente e um novo Parlamento. Aproximadamente 14 mil somalis vão participar da seleção dos parlamentares.
O vice-chefe da ONU aplaude o compromisso dos líderes da Somália em reservar para as mulheres uma entre três cadeiras do novo Parlamento.
Preparativos
Eliasson considera o processo eleitoral “um marco”, mas acredita que só irá funcionar se os políticos agirem de forma responsável e em equipa. O representante da ONU pede aos partidos políticos para garantirem um processo eleitoral pacífico e de credibilidade.
Na avaliação de Eliasson, o novo governo “não poderá perder tempo para enfrentar desafios”. Ele sugere que os preparativos para as eleições de 2020 comecem urgentemente e lembra que é essencial que todos os somalis participem do processo.
Fome
Jan Eliasson falou também sobre o apoio que o país precisa receber para prevenir e conter o extremismo violento. Ajudar o desenvolvimento da Somália deve ser outra prioridade para a comunidade internacional.
A reunião de alto nível sobre o país contou com a participação dos governos da Etiópia, Itália, Reino Unido, Somália, além de ter a contribuição de entidades como União Africana e União Europeia.
Esta semana, o coodenador humanitário da ONU para a Somália, Peter de Clercq, revelou que mais de 40% da população, ou 5 milhões de pessoas, não têm comida suficiente. Os números incluem 300 mil crianças menores de cinco anos de idade que estão desnutridas.
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