Presidente sul-africano diz ser urgente criar empregos no sector de saúde
Jacob Zuma e chefe de Estado francês, François Hollande, calculam défice de 18 milhões de trabalhadores de saúde nos países de renda baixa; na ONU, líderes fazem recomendações para evitar cenário.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Os presidentes da África do Sul e da França fizeram um apelo conjunto nas Nações Unidas, por investimentos urgentes para a criação de empregos no sector de saúde.
Jacob Zuma e François Holland presidem a Comissão de Alto Nível da ONU sobre Empregos na Área da Saúde. Na sede da organização, os presidentes entregaram um relatório ao secretário-geral Ban Ki-moon.
Recomendações
O grupo concluiu que investir nos trabalhadores de saúde é necessário para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs. Uma das metas é alcançar ganhos para a saúde global.
O relatório traz 10 recomendações sobre investimentos, cobertura de saúde e como evitar surtos tão graves quanto o do ébola.
Défice
A Comissão informa que com o envelhecimento da população e os índices cada vez mais altos de casos de doenças crónicas, serão necessários 40 milhões a mais de profissionais de saúde até 2030.
O número representa o dobro da força de trabalho atual. Mas a maioria desses empregos serão criados nos países ricos. Se nenhuma ação for tomada, as nações pobres terão um défice de 18 milhões de profissionais do sector, como médicos e enfermeiros.
Mulheres
A comissão presidida pelos presidentes da França e da África do Sul mostra que investir em saúde tem sempre um bom retorno, uma vez que auxilia também no crescimento económico.
Uma das 10 recomendações é aumentar a participação das mulheres na economia e evitar desigualdades na educação e no mercado de trabalho. É preciso também investir em educação de qualidade para que os profissionais de saúde sejam altamente capacitados.
O grupo pede ainda reformas das políticas atuais de saúde, muito concentradas nos cuidados nos hospitais, ao invés de se focar na prevenção de doenças. A apresentação do relatório foi um dos vários eventos paralelos que ocorrem esta semana na ONU, por ocasião dos debates de alto nível da 71ª sessão da Assembleia Geral.