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Presidente de Portugal pede que ninguém ceda ao medo por causa do terrorismo

Presidente de Portugal pede que ninguém ceda ao medo por causa do terrorismo

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Marcelo Rebelo de Sousa fez seu primeiro discurso nos debates de alto nível da Assembleia Geral da ONU desde que foi eleito; chefe de Estado também diz que mares e oceanos são prioridade para o país.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Marcelo Rebelo de Sousa fez seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU como presidente de Portugal na noite de terça-feira. Em Nova York, o chefe de Estado começou descrevendo um “mundo cada vez mais complexo” e reiterou o compromisso firme e permanente de Portugal com as Nações Unidas.

Segundo Rebelo de Sousa, adotar uma política de prevenção da violência e de manutenção da paz e da segurança deve ser prioridade dos países. O presidente avalia que ações preventivas na África, por exemplo, são essenciais para evitar crises no continente.

Terrorismo

Ele reforçou a contribuição de Portugal para os contingentes militares da ONU, em especial para as missões de paz no Mali e na República Centro-Africana. Na Assembleia Geral, Marcelo Rebelo de Sousa também citou ataques frequentes contra a humanidade.

"O terrorismo não pode ser tolerado. A comunidade internacional sob o mandato das Nações Unidas tem o direito legal e o dever moral de pôr fim a este flagelo designadamente ao Daesh. Não cederemos ao medo nem abdicaremos dos nossos valores e princípios nomeadamente na defesa dos direitos humanos."

Conflitos Internacionais

O presidente português disse que a luta contra a radicalização, o extremismo violento e a xenofobia pede a promoção de valores como “paz, tolerância, dignidade humana e solidariedade”.

Durante o discurso, ele mencionou crises no Oriente Médio, como o conflito entre israelenses e palestinos; na África, mencionando a Guiné-Bissau; na América Latina, reforçando seu apoio à paz na Colômbia e destacou a crise de refugiados e migrantes.

Idioma

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou também que mares e oceanos são uma prioridade para Portugal e disse que a conservar e evitar a exploração dos oceanos são esforços que pedem mobilização global.

O presidente de Portugal encerrou o discurso fazendo uma homenagem à língua portuguesa.

"Da minha língua vê-se o mar. Escreveu um grande prosador português, Vergílio Ferreira. E foi nessa língua, o português, partilhada por 260 milhões de falantes, e inspirado pelo mar que nos une a todos, todos os oceanos, eu lhe desejo e vos desejo a todos também os maiores sucessos na sessão que iniciamos do novo presidente eleito da Assembleia Geral."

Marcelo Rebelo de Sousa também reiterou o apoio de Portugal com o próximo secretário ou secretária-geral da ONU. O atual chefe da organização, Ban Ki-moon, deixa o cargo no dia 31 de dezembro e seu substituto será eleito pela Assembleia Geral até o fim do ano.

Photo Credit
Marcelo Rebelo de Sousa discursa na 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Cia Pak