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Na ONU, Marcelo Rebelo de Sousa reafirma diplomacia portuguesa

Na ONU, Marcelo Rebelo de Sousa reafirma diplomacia portuguesa

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Presidente de Portugal disse à Rádio ONU que país tem a mesma política externa há 40 anos e deve manter sua continuidade e característica universal; para chefe de Estado, país é especializado em “fazer pontes” em todo o mundo.

Monica Grayley, da Rádio ONU.

Portugal deve levar à Assembleia Geral da ONU este ano uma mensagem de tradição de sua política externa como um país que tem uma forte marca universal e valoriza o entendimento entre os povos.

A declaração foi dada à Rádio ONU pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, pouco antes de seu primeiro discurso, desde que foi eleito em março, na Assembleia Geral. Ele fala na tarde desta terça-feira, no primeiro dia de debates dos líderes internacionais em Nova York.

Migrações

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal tem uma grande tradição de “fazer pontes” pelo mundo.

“Há 40 anos que Portugal tem a mesma política externa. É uma política de um país europeu, mas que é lusófono, mas é atlântico, mas é universal. Tem comunidades espalhadas por todo o mundo. Está sensível às questões desde as alterações climáticas até as questões econômicas e sociais. Que está atento aos problemas nas regiões mais difíceis do globo. Que está sensivel, naturalmente, às novas problemáticas, às migrações, aos refugiados.”

Durante a entrevista à Rádio ONU, o presidente de Portugal falou ainda sobre a disposição do país de receber mais refugiados e da capacidade de integração de migrantes. Ao comentar a própria imigração portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa disse que existe um fenômeno novo baseado na mobilidade.

Jovens

Segundo o presidente, muitos jovens hoje estão saindo para estudar ou até mesmo trabalhar por algum tempo fora e depois retornam.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o mundo moderno mudou as características da imigração e emigração portuguesas.

“E há uma dinâmica, que eu muitas vezes chamo uma revolução silenciosa na sociedade portuguesa, dos mais jovens, que têm outra velocidade e outra capacidade de adaptação. E por outro lado, não esquecer que a sociedade portuguesa também vai continuando a integrar imigrantes que vêm, por exemplo de países irmãos, na língua comum.”

Acordo de Paris

Ao ser perguntado sobre a ratificação de Portugal do Acordo de Paris, Rebelo de Sousa explicou que seu país depende da decisão da União Europeia para fazer a ratificação, como parte do bloco europeu. Mas o presidente afirmou que tem trabalhado pela confirmação.

“Há uma conjugação de vontades para que essa ratificação possa ocorrer e possa ocorrer o mais rápido possível.”

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também participa de uma série de encontros bilaterais em Nova York. Na segunda-feira, ele se reuniu com os presidentes Michel Temer, do Brasil, e José Mário Vaz, da Guiné-Bissau.

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Photo Credit
Encontro de Ban Ki-moon (à dir.) com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Foto: ONU/Eskinder Debebe